terça-feira, 24 de novembro de 2009

Avenida Marginal

Receber as ondas com pedras, carros e roulotes não é dar-lhes as boas vindas.














Nos anos 50 a ideia forte implementada na avenida foi a criação de uma circular automóvel, algo muito "moderno" para época mas que hoje em dia não faz sentido.
Temos de nos lembrar que nos anos 70 e 80 as principais praças de lisboa eram parques de estacionamento (Rossio, Comércio)

Temos de ter claro que Horta não é, nem quer ser, uma cidade na vanguarda do desenho urbano de espaços públicos. Por isso o que há a fazer é ver o que já se fez no mundo inteiro em casos como este e construir uma ideia forte, una, que faça sentido para a vida da cidade actualmente e que transforme a vida da cidade no futuro.
A ligação urbana entre os molhes será essencial e a cidade pode funcionar mais fechada sobre si mesma ou mais aberta ao pico e ao mundo.










as marginais do douro

























marginal de san sebastian

















marginal de luanda

domingo, 15 de novembro de 2009

CRIAÇÃO DE LARGOS E JARDINS NAS FREGUESIAS RURAIS DO FAIAL

Muitas vezes no Continente um dos espaços importantes na estruturação dos povoamentos rurais é o "largo", frequentemente localizado junto da igreja.
Desde o início o largo foi uma estrutura viva, onde as pessoas se encontravam, conviviam, muitas festas das aldeias se realizavam e eventos importantes aconteciam, por isso, alguns possuem o pelourinho que marca o poder da justiça no coração da comunidade.

Nos Açores, sobretudo no Faial, talvez porque a urbanização se estrutura mais ao longo do anel da estrada regional em torno da ilha do que a partir do um núcleo das freguesias, apesar de existir o tradicional adro da igreja, raramente há um espaço com dimensões, vida e a dignidade dos largos.
Todavia no Faial, principalmente após o sismo de 1998, algumas freguesias passaram a ter espaços propriedade do Governo Regional que não só serviram para acolher sinistrados nos aldeamentos provisórios até à conclusão de reconstrução, como ainda possuem dimensões e condições para em caso de catástrofe serem ponto de reunião das populações e que entretanto se encontram desaproveitados.
Assim, em pleno século XXI, com estilos de vida diferentes do passado e onde se pensa a malha urbana com um núcleo consolidado, seria conveniente dar vida a esses espaços, criar condições para acolhimento de festas, instalação de parques infantis e colocação de mobiliário exterior de modo a terem um uso em parte semelhante ao dos largos.
Tal permitiria não só desviar da via pública vários eventos festivos com perturbação desnecessária de trânsito, criaria um espaço de convívio e atraente para as comunidades rurais e ainda mantê-los-ia em condições de arranjo dignas e disponíveis para acolhimento das populações pela protecção civil em caso de catástrofes futuras, podendo mesmo ser integrados nos planos de emergência.
Com este post pretende-se ainda que o Horta XXI pense o concelho para além da sua sede.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

365 dias de cidadania

Faz hoje precisamente 1 ano que foi criado este blog, com um post sobre o estado de abandono da muralha de Porto Pim e a rua onde a mesma se encontra. Mal sabia que o resultado seria a intervenção que todos conhecemos e da qual não vale a pena falar mais.
Geralmente é nestas ocasiões que se apresentam alguns dados a fim de fazer um balanço das actividades. Ora o HORTA XXI não gostaria de ser excepção e aproveitamos a deixa para fazer um pequeno ponto de situação.
No período de 1 ano foram apresentadas diversas propostas concretas para a resolução de problemas, tais como o reordenamento do trânsito da cidade da Horta e a requalificação da Travessa do Porto Pim. Foi igualmente dado um passo importante na participação pública, através da iniciativa de uma petição solicitando um repensar nas formas de circulação da cidade, que reuniu 100 subscritores. Foram discutidas várias questões ligadas ao urbanismo e património, tais como aproveitamento de espaços públicos inutilizados, cores dos edifícios da cidade da Horta, etc, tendo surgido algumas ideias bastante interessantes para tornar esta cidade ainda mais apetecível. O HORTA XXI foi igualmente co-responsável pela organização das Jornadas Europeias do Património, cujas iniciativas permitiram dar a conhecer o valor patrimonial da baía de Porto Pim, bem como momentos inesquecíveis durante uma noite de luar no Forte de São Sebastião. Finalmente forma criadas condições para a formação de uma associação de salvaguarda do património faialense.
Com um balanço destes, existem razões para estarmos satisfeitos com a existência deste blog e sentirmos vontade de continuar a melhorar.
Infelizmente, como deverão ter reparado, a participação neste espaço de discussão pública tem sido incrivelmente reduzida. Ultimamente tenho sido o único dinamizador deste blog, lançando temas para discussão. Deverão igualmente ter reparado que os comentários têm sido escassos ou mesmo nulos.
Apesar deste blog ter sido criado por 1 elemento, foram convidados diversos cidadãos para contribuirem para este blog. O propósito era criar um espaço de discussão, com diversos pontos de vista, gerando debate e troca de ideias. Quando um blog tem apenas um dinamizador torna-se um blog de autor. O HORTA XXI não é, nem pretende ser, um blog de autor.
Quando um blog de discussão pública não gera discussão, deixa de ser um espaço de debate e passa a ser um espaço de deambulações do(s) seu(s) autor(es). Ao colocar posts que não são alvo de comentários, podemos assumir que os mesmos são verdade irrefutáveis e, como tal, não discutíveis, ou então que os mesmos merecem a mesma atenção que os brados de um pobre louco que grita contra o mundo, que todos, com uma ponta de comiseração, fazemos o possível por ignorar.
Quem me conhece sabe que, apesar da convicção com que defendo os meus pontos de vista, não acho que os mesmos sejam inquestionáveis e muito menos indiscutíveis, pelo que actualmente que a minha participação exclusiva neste blog me deixa muito próximo da situação da célebre personagem do vídeo ao lado.
Como deverão ter percebido, este longo post tem como objectivo apelar a uma maior participação de todos os que acompanham este espaço, e em particular aos restantes contribuidores, de forma a que o mesmo se torne novamente um espaço de discussão pública.
Caso se verifique que o blog deixou de fazer sentido, naturalmente que o mesmo terminará. Se fôr esse o caso gostaria de, antecipadamente, agradecer a todos os participantes e contribuidores que ao longo de quase 1 ano participaram neste espaço que, como é óbvio, teve consequências tão positivas.
Para terminar, gostaria apenas de relembrar que só é possível ter uma sociedade mais justa e saudável se existir um verdadeiro sentido de cidadania, o qual implica o envolvimento da sociedade civil, que somos todos nós.
Até breve...