segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

aprender com os erros dos outros

Todos nós acordámos no sábado passado com as notícias de um temporal na ilha da Madeira que havia provocado graves danos materiais e que, infelizmente, havia igualmente implicado a perda de vidas humanas. Infelizmente, fenómenos climatéricos adversos e extremos como o que provocou esta tragédia são cada vez menos raros. E se as causas são naturais, as consequências não são tão naturais. Vários peritos chegaram à conclusão que, tal como tem vindo a ser advertido por várias pessoas e entidades, que os erros urbanísticos na cidade do Funchal aumentaram consideravelmente as consequências da pluviosidade extrema que se fez sentir naquele arquipélago. A impermeabilização de solos, a construção de estradas e habitações em leito de cheias, o encanamento de linhas de água, contribuíram para o estrangulamento das linhas naturais de escoamento de águas pluviais que, em situações extremas, não têm dimensão suficiente para um correcto escoamento, transbordando e, naturalmente, ficando sem controlo. O vídeo apresentado ao lado é apenas um dos exemplos em que podemos ver que no lugar de uma linha de água franca existe um vale densamente urbanizado com uma ribeira encanada ao centro.
Todos sabemos que a cidade da Horta não é, de todo, tão urbanizada ou íngreme como a cidade do Funchal, mas tem características bastante semelhantes, nomeadamente o facto de se concentrar na base de um anfiteatro natural, sendo as suas encostas canais naturais para escoamento de águas. Enquanto os solos conseguirem absorver as águas plúviais podemos estar tranquilos, mas caso estes não tenham capacidade de absorção suficiente para reter essas mesmas águas, o resultado é óbvio.
Sempre que chove com um pouco mais de intensidade podemos verificar que ao longo da Rua Cônsul D'abney, Rua Dr Mello e Simas e outras, vão surgindo pequenas pedras, lixo, e outras escórias. Por vezes existem mesmo pequenas inundações em locais como o cruzamento entre o Largo do Bispo e o Largo da República, o cruzamento junto à "Foto Jovial", na base da Avenida Principe Alberto do Mónaco, na Rua do Castelo (ex Rua do Pasteleiro), etc.
É imperativo que o Monte Carneiro e a Espalamaca não sejam impermeabilizados, seja por construções e alcatrão, seja pela transformação dos solos em pasto, uma vez que, devido a esse tipo de vegetação, o ponto de saturação dos solos é atingido mais rapidamente.
O único lado positivo que uma tragédia como a da Madeira poderá ter, é de se aprender, ainda que de forma brutal, uma valiosa lição.
Que essa lição sirva para todos, para que os erros não se repitam.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

o projecto do novo molhe


vejo alguns defeitos
mas leio muitas qualidades

www.azores.gov.pt/NR/rdonlyres/E26ABDBC-173D-44D5-A93F-503E52AFCBC4/0/RNTPortodahorta.pdf

publico aqui no HORTA XXI uma imagem e um link com uma descrição pormenorizada das intervenções na bacia do porto da HORTA (a norte e a sul)

para que todos possam ter uma opinião bem fundamentada

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Pobre Reabilitação da Casa Manuel de Arriaga

Em ano de centenário da República, a cidade da Horta conheceu o projecto para reabilitação da Casa de Manuel de Arriaga.

Esta casa já teve muitas intervenções e hoje em dia está em ruina, no entanto para assinalar uma data histórica e usando as verbas exorbitantes de que já todos ouvimos falar seria de esperar uma intervenção com mais imaginação, ou pelo menos com o mínimo de imaginação, algo para a posteridade. No fundo seria apenas construir património no exacto local onde este foi destruido.

Seria de esperar uma devolução desta casa à cidade, intervindo com o espaço público, retirando este local das traseiras da nossa cidade. Seria também de esperar que a casa recuperasse a escala e o traçado que outrora teve, ou pelo menos a introdução de algo novo que viesse explicar a não reconstrução do traçado original ou de uma interpretação do mesmo...

Nada disso vai ser feito, talvez por pressa em "ter" rápidamente uma inauguração ou talvez por simples falta de imaginação. A casa será recuperada mas não a dignidade que esta merece.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

e que tal uma rua comercial coberta?



Atenção, isto é apenas uma utopia, mas as utopias também devem ser levadas a sério. Pois é isso mesmo que proponho, que as ruas Serpa Pinto, Walter Bensaude e Conselheiro Medeiros sejam cobertas com uma estrutura em aço e vidro como as que têm sido utilizadas em Viena (na imagem), Milão (no vídeo), Paris, etc.
Já sei que as condições climatéricas da Horta não são as mesmas das cidades mencionadas, chove mais, faz mais vento, etc. etc. No entanto aqui não neva nem existem amplitudes térmica elevadas, situações que também provocam problemas estruturais.
Também sei que é uma solução cara e que existem outras prioridades, tais como o saneamento básico, reabilitação urban, etc.
No entanto não custa nada sonhar, como dizia Pessoa, tudo vale a pena...