terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

e que tal uma rua comercial coberta?



Atenção, isto é apenas uma utopia, mas as utopias também devem ser levadas a sério. Pois é isso mesmo que proponho, que as ruas Serpa Pinto, Walter Bensaude e Conselheiro Medeiros sejam cobertas com uma estrutura em aço e vidro como as que têm sido utilizadas em Viena (na imagem), Milão (no vídeo), Paris, etc.
Já sei que as condições climatéricas da Horta não são as mesmas das cidades mencionadas, chove mais, faz mais vento, etc. etc. No entanto aqui não neva nem existem amplitudes térmica elevadas, situações que também provocam problemas estruturais.
Também sei que é uma solução cara e que existem outras prioridades, tais como o saneamento básico, reabilitação urban, etc.
No entanto não custa nada sonhar, como dizia Pessoa, tudo vale a pena...

6 comentários:

pedro garcia disse...

Boas
Já não lia o Blogue há algum tempo, mas ontem estive a dar uma olhada aos últimos posts e hoje apateceu participar.

Já me contentava com a pedonalização da rua direita...

Ainda outro dia, em conversa com o sr. Mário Frayão, a propósito da circulação na Rua direita quando chove, este dizia-me que noutro tempo, com menos carros, circulava-se pelo centro da rua para não levar com a água dos beirais, ou então abrigavam-se nos saguões, que estavam destrancados.

Saguões à parte, parece lógico que a pedonalização da rua direita, em determinados segmentos, seria um grande contributo ao maior conforto na sua utilização.

Parece-me também claro que mexer a sério na rua direita só é possível no âmbito de uma intervenção mais ampla sobre a marginal.
Estas duas vias paralelas e próximas só têm sentido trabalhadas em complementaridade.

Talvez hoje em dia não seja possível existirem os tais saguões privados de porta destrancada.
Mas é de certeza viável o aparecimento de mais edifícios que possibilitem o atravessamento do quarteirão marginal, à semelhança da CGD, do Olímpio, etc.

Penso que falta acima de tudo uma estratégia de desenho do espaço público que venha potenciar a reabilitação do tecido urbano dessa faixa marginal, que se vem degradando a olhos vistos.

Pedro Garcia

Carlos Faria disse...

Não sou um grande admirador de ruas cobertas, também as vi em Bruxelas, e claro não temos, nem é agradável por cá, a alternativa de circulação inter-quarteirões através de corredores subterrâneos com comércio como em Toronto e Montreal...
A pedonalização para mim era o melhor, mas, no mínimo, encontrar soluções para os beirados que conduzem exactamente a água para os estreitos passeios da rua direita, já melhorava em muito aquela zona.

Ma-nao disse...

É preciso devolver a cidade aos peões. A prioridade é dada, neste momento, à circulação automóvel (que, como ficou claro noutros posts, em muitas coisas não funciona e tem de ser repensada - ou talvez o termo correcto seja pensada) e ao estacionamento, enquanto os peões parecem não ter quaisquer direitos. Seria positivo ver os problemas existentes como uma oportunidade para melhorar - que o é, por exemplo para o comércio - e não como um inimigo a abater.
Se algumas soluções podem parecer utópicas, outras há bem simples e terra-a-terra, mas é precisa alguma visão... "e sempre que o homem sonha, o mundo pula e avança"!

Tomás disse...

todos os dias percorro a rua conselheiro medeiros a pé

há sempre mais pessoas do que carros a circular

no entanto, nós que não temos capota, ficamos com as goteiras
e eles que poluem e nem sequer entram nas lojas, ficam com 95% da largura da rua


coberturas utópicas exigem muito tempo e muito dinheiro
por agora bastava pôr um sinal de proibido à entrada da rua
obrigando os carros a subir a rua do sporting
ALGUÉM TEM UM EM CASA?

Miguel Valente disse...

Obrigado a todos pelos comentários. Claro que uma cobertura não tem qualquer sentido, uma vez que tal só se justifica em grandes ruas comerciais de grandes centros urbanos.
No entanto a lógica desta proposta serve precisamente para mostrar que, em comparação com soluções utópicas, outras há que são extremamente simples de implementar e praticamente a custo 0. Feche-se estas ruas ao trânsito eliminem-se as diferenças de cotas, deixem as pessoas circular e verão como todos ganharão com isso.

Aurora disse...

sim, deixem as pessoas circular, encontrarem-se na rua!

Já encontraram alguém na rua Conselheiro Medeiros?
E que tal é a sensação?
"Ui, desculpa, ah espera lá, sobe passeio desce passeio, deixa passar a senhora, olha o carrinho de bebé, cuidado com o carro, olha as goteiras", temos que nos encolher, nem podemos conversar à vontade, é tudo muito encolhido, muito à pressa, desconfortável...

E já por duas vezes ia tendo um ataque cardíaco com um retrovisor de carrinha, um bocadinho mais saído, a fazer-me uma razia à cabeça....

Espero que chegue a altura em que vamos olhar para aquela rua e dizer: "Como é que é possível? Como é que passavam aqui tantos carros? Que sufoco devia ser!"

Um sufoco parecido àquele que tão prontamente esquecemos quando proibiram de fumar nos autocarros, aviões e mais recentemente, nos estabelecimentos públicos. "Como é que era possível fumar nesses sítios?"