segunda-feira, 13 de julho de 2009

as cores da Horta






















há uns tempos no blog duplas publiquei esta fotografia alterada da nossa marginal
a ideia era mostrar que podemos tirar muito mais partido da arquitectura que temos

e ter mais vida nas fachadas da nossa cidade



gostaria de fazer o mesmo com a fábrica da baleia
mas escolher a cor é uma tarefa árdua



um festival da cor na cidade?

um apoio à requalificação pela cor?

ou um sonho inalcançável?

17 comentários:

MILHAFRE disse...

A proposta apresentada para uma Horta ao vivo e acores é bastante interessante.

Todavia, ainda existe por parte das "entidades competentes" um "reaccionarismo estético" que preconiza o branco como cor predominante para além da utilização de materiais altamente degradáveis e corrosivos.

Um dos casos mais obtusos é a necessidade de parecer da DRAC para que os proprietários de casas da zona envolvente ao Teatro Faialense possam fazer pequenas obras (inclusivé "caiar" a casa).

Acontece que a "torre" do Teatro Faialense é a coisa mais bruta e inestética que eu já vi na minha vida.E eu já percorrir muito mundo.
Condicionar o arranjo das casas de proprietários que têm muito mais sensibilidade, gosto e conhecimento que o "arquitecto" daquela burrada é de bradar aos céus!

Se eu fosse Presidente da Câmara teria mandado demolir aquele monstro que suja a cidade!

É uma nódoa negra na cidade da Horta.

Grifo disse...

EU não gosto e acho feio... Gostos... E considero uma forma de destruição do património paisagístico da Horta...

Bom... mas já não gosto das casas reconstruídas após o sismo por serem todas coloridas e berrantes... :S

Carlos Faria disse...

Nem tanto ao mar, nem tanto à terra.
Sinto que a Horta precisa de alguma cor e até sei que as terras onde há menos sol as cores usadas tendem a ser mais intensas, mas a foto alterada utiliza cores demasiado berrantes, precisamente onde sempre observei, desde há muito tempo, que era um local cho onde a Horta não era a branco cinza.
Cor sim, de preferência com predomínio do tipo pastel, pelo menos num período transitório, concordo que basta do branco e cinza que abusam na cidade desde a década de 80. Aceito algumas cores fortes em locais onde tal possa ser importante para realce de algum pormenor ou do conjunto.

faisca disse...

Acho uma excelente ideia, a Avenida e Cidade precisam de vida. Engraçado quando se fala em manutenção e conservação de Património, principalmente em relação de casas quase totalmente destruidas, em que fica mais caro aos proprietários reconstruir, do que demolir e construir de raiz, o futuro está mesmo à nossa frente e é possível criar e construir coisas novas, enquadrando-as com o existente, haja qualidade e bom gosto, o que também é motivo de polémicas, pois nem sempre as pessoas estão todas de acordo, mas é preciso coragem e não ficarmos presos na nossa redoma.

Tomás disse...

farto de creme, cor-de-rosinha, bege e amarelo deslavado
fui radical na escolha das cores

as casas antigas que resistiram ao terramoto ficam excelentes brancas com pedra negra, e as igrejas, e todos os edifícios com arquitectura de qualidade

o problema na nossa ilha trata-se de arquitectura feita de acrescentos, remendos e projectos pré-concebidos
temos muitos casos pela ilha fora com falta de sal

nesses casos, um amarelo açafrão ou um almagre salvariam a situação

Carlos Faria disse...

tomás
o problema é que eu mesmo com poucas casas de cores fortes já me sinto farto delas... imagino-me com a cidade toda de cores berrantes. O meu gosto é o mesmo: não! Mas mantenho que nalguns casos até é tolerável ou mesmo oportuno. a sede do sprhi (agora que o miguel anda fora) é um desses exemplos.

almariada disse...

Eu gosto das cores e ainda gosto mais da liberdade de cada pessoa pintar a sua casa da cor que lhe apetecer e a mudar quando lhe apetecer.

Já agora: porque não estender a ideia a todas as ilhas?

"açores a cores"

escrito com cores, claro... ;)

acho que podia gerar entusiasmo, animação e alegria!

Aurora disse...

uns acham feio o que outros acham bonito,
mas também é verdade que uns visualizam melhor os resultados reais a partir de um projecto do que outros.

não sei a que patrimínio paisagístico se referem quando falamos das fachadas (em muitos casos autênticas traseiras) que existem na avenida (e a avenida é a cara da horta, para quem chegue de barco ou de avião)...
neste momento essas casas que em alguns casos têm volumetrias interessantes encontram a sua identidade apagada por alguma timidez.

Um bocadinho mais de "direito de fachada"* fazia bem a todos, principalmente aos de susceptilidade cromática mais sensível.

*tal como existe o coneceito de "direito de janela" criado por Hudertwasser no seu manifesto http://www.hundertwasser.at/english/texts/philo_fensterdiktatur.php

Miguel Valente disse...

Quem me conhece ou conhece os meus projectos sabe que gosto de edifícios coloridos. No entanto, o Tomás que me desculpe, mas não me agrada a proposta tal como está, apesar de concordar que fica melhor do que o existente. Na minha opinião as cores fortes tornam-se mais interessantes se surgirem em situações pontuais e de pequena dimensão do que o edifício inteiro. Acho essencial que as torrinhas ou o último piso seja de uma cor diferente dos pisos inferiores, de forma a reduzir o impacto visual do edifício. Por exemplo o edifício da pastelaria ideal acho que ficaria mais interessante se continuasse a rosa, com molduras, socos e cunhais a branco e a zona da varanda (simulação de torrinha) na côr bordeaux (almagre), com os elementos decorativos igualmente a branco. Assim reduzia-se o aspecto de monovolume, tornando o edifício mais integrado.
Quanto à proposta de cada um poder pintar o seu edifício na cor que quiser, discordo totalmente porque foi precisamente devido a essa liberdade que surgiram edificios com cores horríveis de tintas em promoção. O resultado foi o surgimento de regulamentação, durante a década de 80, privilegiando os edifícios brancos com elementos decorativos a cinza que fez com que esta cidade ficasse de luto (pelo menos os edifícios).
Apoio a ideia de começar a dar cor aos edifícios da cidade da Horta, mas esse trabalho deverá ser feito através de estudos de conjunto, que abranja a totalidade do arruamento. Estudo esse que deverá ser feito por técnicos qualificados, ou, porque não, pela UrbHorta.
Ao Tomás, não te esqueças que a linguagem arquitectónica dos edifícios da Horta é a Arte Nova, a qual aceita mais facilmente cores pastel e, principalmente, azulejos.

almariada disse...

então a regulamentação é mais triste que a sua ausência, não é?

Miguel Valente disse...

O problema não é a regulamentação mas o tipo de regulamentação. se em vez de proibirem a pintura de edifícios com cores passar a ser exigido um estudo de cores feito por técnicos qualificados já não surgia o problema da pintura das casas com cores que estão em promoção. Todos nós sabemos que para a maioria dos portugueses a principal razão de escolha para os seus pertences é o preço, seja porque é mais barato, seja porque parece caro, e não uma questão estética.

Tomás disse...

os edifícios arte nova , na sua maioria, já têm as cores certas
cores pastel

as igrejas têm tanta qualidade arquitectonica a preto e branco ficam perfeitas

mas a linguagem dos edifícios que proponho mudar de cor é eclética
vivem de acrescentos e de aberturas diferentes que foram surgindo independetes de tudo
volumes que têm beleza se apostarem na alegria
e nas cores que existem na natureza
(açafrão, almagre, etc.)

Ma-nao disse...

Concordo com dar-se cor aos edifícios e acabar-se com esta monotonia/monocromia triste da cidade. Aliás, a Horta, antes do ataque regulamentador da "monotocromia" e antes do ataque das "tintas-promoção", era colorida.
A traça arte nova da Horta (que ainda subsiste, pelo que ainda se poderia recuperar, apesar do constante e progressivo apagamento) vive bem com várias cores. Veja-se o centro das Caldas da Rainha, por exemplo.
A Conceição e Porto Pim, com a sua graça de zona de pescadores, vivem bem com cores vivas e combinações arrojadas. Veja-se a Costa Nova em Aveiro, por exemplo.
Seja em azulejos, seja com tinta, o que me parece importante é que seja com equilíbrio e com o mínimo respeito pela estética.
Assim, concordo com a necessidade dos estudos técnicos de cor.
Primeiro, porque penso que a "solução" não é serem só cores pastel (já enjoa, sempre os mesmos tons-pudim-deslavados) ou só cores vivas (é preciso saber escolher, há vivo e alegre e há berrante).
Segundo, porque esses estudos permitiriam escolher as tintas mais adequadas a cada situação em termos de durabilidade, resistência, etc., o que é importante dado o clima local.
E terceiro, para que, no caso dos azulejos, não se assistisse a um ataque às fachadas por azulejos de casa-de-banho, de que o "gosto" nacional já deu abundantes (e traumatizantes) provas em décadas passadas...
Uma vez sem exemplo, só para variar, porque não valorizar o conhecimento técnico e o planeamento? ;)

Carlos Faria disse...

Já a pensar em próximo post a colocar aqui neste blog, uma informação gratuita: quando vim para o Faial, num outono longínquo de 1967, as igrejas da Ribeirinha, Pedro Miguel e Flamengos eram amarelas, com os relevos a branco e algum pormenores cor de telha e afins... apesar de criança ficou essa memória de edifícios que se apresentavam lindos, depois veio o monótono branco e cinza.

horta disse...

para quê?
para fazerem estacionamentos em frente?
esta cidade vive para os carros e para qu não quer andar a pé.
assistimos a mais um aborto com a pintura de um parque de estacionamento na avenida marginal.
escorraçam os peões do sítio mais bonito da cidade.

Maria Silva disse...

Alguma fábrica tem tintas em saldo?
O que não falta por aí infelizmente, são bairros alcunhados de "Benetton".
Querem imitar os impérios da Terceira?
Tudo tem peso e medida e os exageros são deturpadores da realidade.
Haja bom senso!

almariada disse...

nanda, não conheço os bairros benetton, nem os impérios da Terceira, nem o que considera bom senso, importa-se de explicar melhor a sua proposta?