Deambulando pela Horta rapidamente apercebemo-nos de algumas intervenções no espaço público que se destacam pela sua qualidade. Citando alguns casos como a esplanada da Taberna de Pim (na fotografia), na nova esplanada do Peter Café Sport, no jardim da CASA, etc. podemos observar que têm em comum o facto de terem sido feitas por técnicos qualificados. Outras há, que não foi necessária qualquer intervenção, porque a envolvente já tem as condições necessárias para este tipo de utilização, como é o caso da esplanada do Café Internacional e a do Café Infante. Infelizmente existem outras em que foi necessário uma intervenção, mas cujos promotores optaram por não envolver quaisquer técnicos e cujos resultados deixam muito a desejar. Soluções como o JackPote, as roulotes de comida rápida, a esplanada do café junto ao tribunal, etc. pululam pela cidade sem aproveitar todo o potencial dos locais onde estão inseridas. Muitas das vezes esquecemo-nos que elas existem ou simplesmente ficamos sem vontade de frequentá-las a menos que não haja mais alternativas.
Não nos podemos esquecer que o espaço público é de todos e deveria existir alguma exigência nas propostas de intervenção ou de ocupação do mesmo.
Naturalmente que existem espaços agradáveis que não foram feitos por arquitectos, designers ou arquitectos paisagistas, mas foram feitos por pessoas com sensibilidade estética e, principalmente, com muita informação sobre diversos tipos de intervenção no espaço público.
Criar um espaço abrigado para albergar uma mesas no exterior é muito mais que ir ter com um serralheiro com jeito para soldar tubos de aço galvanizado, pedir um toldo aos fornecedores de café e umas cadeiras aos fornecedores de refrigerantes. E a quem não consegue ver diferenças entre uma intervenção elaborada por técnicos qualificados e uma intervenção desenrascada à portuguesa, recomendo que passe uma ou duas horas na esplanada da Taberna de Pim, e talvez consiga sentir a diferença.
5 comentários:
Claro que concordo que deve ser importante a qualificação, mas o fundamental é mesmo a sensibilidade.
É um problema haver técnicos sem sensibilidade, pois desacreditam os credenciados e mais grave ainda é deixar-se elementos não credenciados e sem sensibilidade a ter trabalhos expostos aos olhos de todos.
Ao geo,
naturalmente ser-se um técnico qualificado não significa ser-se bom profissional ou com sentido de sensibilidade. No entanto felizmente a percentagem de técnicos qualificados sem sensibilidade é francamente inferior à quantidade de técnicos qualificados e competentes. Já a quantidade de técnicos não qualificados sem sensibilidade é muito superior à quantidade de técnicos não qualificados com sensibilidade. Logo as probabilidades de existirem bons resultados é muito maior quando se recorre a técnicos qualificados.
E se actualmente as boas intervenções se destacam por serem excepções, eventualmente se se recorrer ao trabalho qualificado as excepções passarão a ser as más intervenções.
Concordo Miguel
se os passeios fossem largos
se as praças fossem pedonais
se algumas ruas não tivessem carros
era só trazer as mesas e as cadeiras para a rua
e estava a esplanada montada
Estive aí este Verão.
Sinceramente, as «esplanadas» no Jardim do Infante, é de um mau gosto que brada. Outra que não percebo é a de um café ao pé do Mercado, e que ocupa parte do estacionamento da rua.
Não alcanço a visão destas autorizações...
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