Não é novidade para ninguém que a cidade da Horta não é muito amiga do automobilista, com ruas estreitas e sentidos de circulação algo estranhos que em determinados percursos nos obrigam a subir e a descer a encosta. No entanto consegue ser ainda menos amiga do peão, que devido à exigua largura dos passeios torna-se bastante desconfortável para os peões a circularem em sentidos contrários, para um casal ir lado a lado, para alguém que circule com carrinho de bébé, ou mesmo de cadeira de rodas. Não, de facto a cidade da Horta não gosta do peão. Estou em crer que não existe em toda a cidade uma única rua pedonal, onde o peão tenha liberdade para circular, parar para ver montras ou conversar sem incomodar ninguém e sem o barulho dos automóveis. Esta situação torna-se ainda mais estranha quando em vilas pequenas como as Velas de São Jorge já existem ruas exclusivamente pedonais.
Em diversas cidades do continente têm vindo a ser testadas algumas formas de circulação alternativas ao automóvel privado, algumas delas com resultados bastante interessantes. Deixo aqui o exemplo de apenas duas devido a algumas semelhanças em termos de orografia (sim, também é possível utilizar bicicletas em cidades com orografia acentuada). São elas Cascais e Évora. No caso de Cascais foi implementada uma rede de parques de estacionamento, através de parcerias público-privadas, cujo preço do estacionamento aumenta quanto mais próximo do centro da vila estiver o parque, sendo que o bilhete dos parques mais distantes dão acesso aos autocarros da vila (os buscas). Em torno deste centro existem diversas ruas cortadas ao trânsito ou de trânsito condicionado, onde o peão tem sempre prioridade. Foi igualmente estabelecido um sistema de empréstimo gratuito de bicicletas (as bicas) que, apesar de ter um horário de funcionamento que necessita de ser repensado, tem tido bastantes utilizadores.
Medidas semelhantes, embora com algumas nuances, foram implantadas na cidade de Évora, uma cidade de grande beleza e nada plana. O resultado destas medidas é ter devolvido a cidade aos peões. Se no início os comerciantes das ruas cortadas ao trânsito eram contra esta medida, rapidamente se aperceberam que uma rua exclusivamente pedonal é uma mais valia, uma vez que as pessoas podem parar, confraternizar, ver as montras e fazer as compras sem estarem preocupadas com o carro mal estacionado. Um bom exemplo são os grandes centros comerciais (não que sejam espaços que me agradem) onde não é possível parar o carro à porta das lojas e, apesar disso, os corredores estão sempre cheios de gente a circular.
Alguns poderão dizer, ah mas o clima aqui não permite andarmos a pé. Pessoalmente acho mais confortável andar a pé numa cidade onde chove com alguma frequência, mas durante pouco tempo seguido, do que numa cidade onde no Inverno as temperaturas exteriores andam perto dos 0ºC e no Verão chegam a ultrapassar os 40ºC à sombra.
No entanto não custa nada experimentar, aos poucos, como por exemplo cortar o trânsito durante os fins-de-semana nos troços entre o mercado e os correios e a biblioteca e o Largo do Infante. E porque não permitir que nessas alturas a pastelaria ideal e a padaria popular possam ocupar parte da via com esplanadas?
Esta é uma sugestão que não creio que traga grandes incómodos e poderá trazer grandes benefícios.
Em diversas cidades do continente têm vindo a ser testadas algumas formas de circulação alternativas ao automóvel privado, algumas delas com resultados bastante interessantes. Deixo aqui o exemplo de apenas duas devido a algumas semelhanças em termos de orografia (sim, também é possível utilizar bicicletas em cidades com orografia acentuada). São elas Cascais e Évora. No caso de Cascais foi implementada uma rede de parques de estacionamento, através de parcerias público-privadas, cujo preço do estacionamento aumenta quanto mais próximo do centro da vila estiver o parque, sendo que o bilhete dos parques mais distantes dão acesso aos autocarros da vila (os buscas). Em torno deste centro existem diversas ruas cortadas ao trânsito ou de trânsito condicionado, onde o peão tem sempre prioridade. Foi igualmente estabelecido um sistema de empréstimo gratuito de bicicletas (as bicas) que, apesar de ter um horário de funcionamento que necessita de ser repensado, tem tido bastantes utilizadores.
Medidas semelhantes, embora com algumas nuances, foram implantadas na cidade de Évora, uma cidade de grande beleza e nada plana. O resultado destas medidas é ter devolvido a cidade aos peões. Se no início os comerciantes das ruas cortadas ao trânsito eram contra esta medida, rapidamente se aperceberam que uma rua exclusivamente pedonal é uma mais valia, uma vez que as pessoas podem parar, confraternizar, ver as montras e fazer as compras sem estarem preocupadas com o carro mal estacionado. Um bom exemplo são os grandes centros comerciais (não que sejam espaços que me agradem) onde não é possível parar o carro à porta das lojas e, apesar disso, os corredores estão sempre cheios de gente a circular.
Alguns poderão dizer, ah mas o clima aqui não permite andarmos a pé. Pessoalmente acho mais confortável andar a pé numa cidade onde chove com alguma frequência, mas durante pouco tempo seguido, do que numa cidade onde no Inverno as temperaturas exteriores andam perto dos 0ºC e no Verão chegam a ultrapassar os 40ºC à sombra.
No entanto não custa nada experimentar, aos poucos, como por exemplo cortar o trânsito durante os fins-de-semana nos troços entre o mercado e os correios e a biblioteca e o Largo do Infante. E porque não permitir que nessas alturas a pastelaria ideal e a padaria popular possam ocupar parte da via com esplanadas?
Esta é uma sugestão que não creio que traga grandes incómodos e poderá trazer grandes benefícios.
3 comentários:
na altura em que se discutiu a degradação da avenida 25 de Abril, discuti esse assunto com varias pessoas e falei também da proibição da circulação de carros na rua principal da cidade (não me lembro do nome). Muitas pessoas gostaram da ideia, até porque, não existem muitos locais de estacionamento a ser ocupados, as casas e empregos não eram incomodados, era mais agradável passear e visitar lojas, assim como menos stress para a maioria das pessoas (menos stress, mais saúde, Mais saúde menos dinheiro gasto em medicamentos e consultas. Mais dinheiro se saúde, população mais feliz). Para não falar que seria bastante mais agradável visitar os serviços que lá existem como a biblioteca, correios, museu da Horta, centro da ciência, teatro Faialense, jardins (mesmo que muito fiquem na outra rua, depois de um passeio não existia problema nenhum em atravessar a estrada para um passeio mais ou menos largo. E se durante a semana do bar aquela rua serve para o transito funcionar bem, também só a avenida deve servir... só que na nossa cidade é tudo para a semana do mar, o resto que se arranje... (nem tanto :S)
E... combatíamos o êxodo urbano, um grande problema da nossa cidade, no nível da degradação dos edifícios...
Ao Grifo,
tal como dizes a semana do mar tem demasiada preponderância relativamente à vida da cidade da Horta, principlamente se tivermos em conta que é apenas 1 semana por ano. Tal significa que as restantes 51 semanas estão condicionadas por este evento. Não deveria ser assim, principlamente porque está mais que provado que o modelo actual de organização dos espaços, durante o referido evento, não funciona.
Sobre a semana do mar havemos de abordar esse assunto em momento mais oportuno.
Mas a verdade é que condiciona muito a cidade...
Mas concordo, não sei se existe também algum projecto para isso... tal como existe para tudo o resto que está mal... espero que a CMH tenha noção que ao nível da preservação do património e etc... está a baixo de muito países em desenvolvimento...
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