sábado, 27 de junho de 2009

banco de portugal

Sim, é mesmo verdade, o Banco de Portugal foi adquirido pela CMH. Parabéns à câmara por esta iniciativa, evitando que o mesmo fosse parar a mãos de privados, garantindo assim que o edifício terá uma utilização pública.
De acordo com uma notícia divulgada no diário faialense "incentivo" o fim a que se destina este imóvel é a criação de um espaço para o desenvolvimento e exposição de artes. Creio que o fim é bastante apropriado e apoio totalmente essa ideia. No entanto, sendo este um espaço de discussão pública solicitava aos visitantes que deixassem a sua opinião sobre a utilização a dar ao novo imóvel da CMH.
Só para finalizar gostaria de relembrar que, apesar do alçado principal estar virado para o jardim Eduardo Bulcão, a propriedade confina a Este com a Avenida 25 de Abril, existindo desse lado um belo espaço não ocupado.

terça-feira, 16 de junho de 2009

torre do relógio

No passado sábado teve lugar o "fórum cuidar dos jardins, cuidar de si" organizado pela CMH, SR Agricultura e Florestas e SR Ambiente. Foi uma iniciativa extremamente interessante e que esperamos que se realize mais vezes. No seguimento desse fórum e de uma conversa particularmente enriquecedora com a profª Isabel Albergaria, que apresentou um pequeno resumo da história e vocação dos jardins públicos, apresento aqui a proposta de se efectuar um projecto de arquitectura paisagista para a requalificação do espaço em torno da Torre do Relógio e que creio que se chama Largo D. Luís.
A proposta pretende complementar o Jardim Florêncio Terra criando condições para que neste espaço público haja condições para uma utilização mais lúdica. A criação recente de vários blocos habitacionais, associado à abertura das futuras instalações do DOP - Universidade dos Açores, veio revitalizar uma zona que estava a envelhecer. O Jardim Florêncio Terra devido às suas dimensões e características não comporta uma utilização mais lúdica, não sendo possível comportar um parque infantil, um campo de jogos ou um quiosque com esplanadas. No entanto o largo da torre do relógio tem condições excepcionais para o desenvolvimento destas utilizações atraindo pessoas para o local e para o histórico jardim.
Como poderão observar pela fotografia (peço desculpa pela qualidade, foi sacada do google earth) a Norte da torre destinar-se-ia um espaço para jogos vários, a Este ficaria um parque infantil e a Sudoeste um quiosque tipo com uma linguagem arte nova com duas esplanadas. Deste ponto será possível os pais e tutores vigiarem as actividades dos mais pequenos tranquilamente sentados na esplanada.
Naturalmente que esta proposta tem em conta a proposta de reordenamento do trânsito em que a rua que contorna este largo a Este seria interditada ao trânsito, ou seja, do lado do parque infantil deixaria de haver circulação automóvel.
Por favor comentem.

domingo, 14 de junho de 2009

novo quiosque largo infante (+-)

Quem passa pelo Largo do Infante depara-se com um novo equipamento cujo fim creio que será para divulgação de informação turística dos Açores.
Sendo defensor da implantação de pequenos equipamentos em espaços públicos, de forma a aumentar as valências dos mesmos, acho que este novo quiosque faz bastante sentido, uma vez que este espaço é perfeito para divulgação turística, devido à sua qualidade e vista para a marina e a ilha do Pico.
Quanto à linguagem arquitectónica do referido quiosque, apesar de achar que deveria haver uma aposta em equipamentos de linguagem arte nova, pelas razões apresentadas num post anterior, creio que este equipamento está em consonância com o mobilário adoptado pela autarquia para os espaços públicos e é francamente bem melhor do que as típicas soluções que têm sido adoptadas para equipamentos móveis, como é o caso das roulotes ou barraquinhas de madeira.
Como ponto negativo apontava a sua implantação, uma vez que, no local onde está actualmente, não só invalida uma utilização mais lúdica daquela calçada (onde se podia jogar à bola, etc), como está demasiado exposta ao sol e fica algo desenquadrado.
Assim, a fim de melhorar a sua integração, propunha que o referido equipamento fosse deslocado para o local indicado na foto, entre dois metrosíderos e duas palmeiras. Com esta pequena alteração de implantação considero que resolve a totalidade dos problemas da actual implantação, uma vez que torna o referido quiosque num elemento integrado na paisagem, resolvendo, igualmente, os problemas de sobreaquecimento, graças à sombra dos metrosíderos e reduzindo os consumos energéticos com arrefecimento. Naturalmente que terá de ser executado um percurso acessível a pessoas com mobilidade reduzida, o qual poderá ser feito em materiais naturais permeáveis tais como madeira.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

novamente o muro de Porto Pim

Não, não é o muro de Porto Pim que aparece na fotografia, mas sim uma imagem de parte do complexo das piscinas das salinas de Câmara de Lobos (Madeira) do arqº Paulo David. A fotografia é do Fernando Guerra e poderão encontrar mais imagens em
Resolvi apresentar esta fotografia porque a mesma mostra-nos um muro com as mesmas características do muro de Porto Pim (o troço mais baixo). Senão vejamos, ambos são constituídos por dois panos sendo o exterior em pedra de basalto e o interior em betão armado.
Porque é que este resulta bem e o de Porto Pim parece uma intervenção à antiga Junta Autónoma de Estradas? Bom, para começar este foi projectado por um arquitecto, ainda por cima um excelente arquitecto. O de Porto Pim foi projectado por um engenheiro civil. Este tem um acabamento que procura dar continuidade à envolvente. O de Porto Pim está em betão envernizado pelo que não se pode dizer que seja discreto e ainda menos integrado.
Poderia continuar a expor mais diferenças mas o importante é que quem falhou foi o promotor desta intervenção porque aobordou o problema da pior forma que foi intervir sem ter em conta o facto de se tratar de um Monumento Nacional, ignorando os pareceres da entidade do Governo Regional que avalia estas intervenções, não consultando a população sobre a intervenção e finalmente ignorando os avisos e alertas por parte de profissionais da área relativamente aos erros que estavam a ser cometidos.
O mais triste é que tudo isto podia ter sido evitado e se o processo tivesse sido feito da forma correcta não creio que tivesse ficado mais dispendioso e ter-se-ia dado um bom exemplo em vez de se ter dado esta imagem de incompetência e arrogância que fica após esta intervenção.

sábado, 6 de junho de 2009

na Horta a mobilidade é condicionada

este filme foi feito por um grupo de alunos Faialenses
mostra o que todos vemos na nossa cidade mas que ninguém repara
o reordenamento do transito da cidade da Horta poder-se-á transformar em algo maior, um Plano de Mobilidade, em que todos os acessos serão revistos

terça-feira, 2 de junho de 2009

Sharing Cultures 2009 (+)

Decorreu no passado fim-de-semana, na Ilha do Pico, o ciclo de conferências Sharing Cultures 2009, subordinado ao tema Património Imaterial (Intangible Heritage) e com a paisagem da vinha do Pico e as festividades do Espírito Santo como inspiração de fundo. O evento, que terminou ontem, 1 de Junho, foi organizado pelo Green Lines Institute, organização portuguesa dedicada ao desenvolvimento sustentável.


Durante 4 dias, o evento, realizado na nova Escola Primária da Madalena do Pico, contou com quase 90 apresentações de investigadores de todos os continentes a ocorrer em simultâneo em diversas salas, o que permitiu a cada um escolher as áreas que mais lhe interessavam. Pela minha parte, fiquei bem impressionada pelo interesse e qualidade geral dos conteúdos das apresentações a que assisti.

As apresentações estavam agrupadas por assunto, facilitando a escolha entre tanta oferta e a discussão por temas, para além dos exemplos e casos mais particulares e localizados: desenvolvimento sustentável; políticas e gestão; relações entre o local e o global; o intangível e o tangível; o turismo cultural; o património intangível e o museu; selecção, recolha e preservação de património imaterial; o património imaterial e a educação; as comunidades vivas; práticas de património imaterial.


Considerando os temas que mais me interessavam, as sessões a que assisti focaram particularmente o papel das comunidades na sua própria gestão e definição cultural; o património cultural e as questões sociais; o papel das instituições como os arquivos, as bibliotecas, os museus, na preservação do património imaterial e as questões tecnológicas associadas; a relação entre património material e património imaterial e a pertinência (ou não) desta distinção; dimensões subjectivas da memória, diferentes conceitos de património imaterial em diferentes culturas e tempos; relações/tensões entre autenticidade e turismo cultural.


De todas as apresentações a que assisti, realizadas por profissionais de áreas como a antropologia, a etnografia, a história, a psicologia, a sociologia ou as artes, destaco a apresentação de Paulo Ferreira da Costa, do Instituto Português dos Museus e da Conservação, intitulada "Portugal's nacional inventory of ICH: legislative, institutional and scientific contexts" que, para além de descrever o ponto da situação da salvaguarda do património em Portugal, apresentou o passo seguinte do MatrizNet * - a abertura deste site a todos os agentes culturais que possuam informação sobre o património português. O software está ainda em desenvolvimento, mas a ideia é abrir a possibilidade de carregar a base de dados (agora um inventário, mas que terá muitos mais campos como vídeos, textos de investigação, etc.) a todos os que o desejem fazer. Naturalmente, haverá um gabinete responsável pela verificação e selecção dos contributos apresentados, para garantir a qualidade final da informação disponibilizada.


Esta ideia é absolutamente inovadora a nível internacional e fez sensação na conferência. Em minha opinião é algo entusiasmante, um passo decisivo na inclusão e democratização da cultura no nosso território e será certamente uma ferramenta importante na salvaguarda de património material e imaterial, assim que estiver disponível - o IMC prevê que em Janeiro de 2010, esperemos que sim.


A estrutura do evento permitiu que os debates iniciados após as apresentações continuassem a título mais descontraído fora das sessões. O tempo para convívio e troca de ideias e experiências entre as várias pessoas foi, assim, um ponto muito forte deste evento, permitindo uma verdadeira e frutífera partilha de culturas.


A organização foi excelente. Tirando partido da (micro) escala açoriana e "picarota", todas as actividades ocorreram perto umas das outras, permitindo aos participantes circular a pé pelos lugares, tomando um verdadeiro contacto com a envolvente, apesar do mau tempo.

No geral, devo dizer que o ciclo de conferências excedeu as minhas expectativas e estou a planear inscrever-me novamente para o ano - sobre o qual ainda não há muita informação na internet mas que será em Évora, ou seja, novamente em Património Mundial.

Aqui fica o link da conferência de 2009: http://sharing.cultures2009.greenlines-institute.org/

O link da entidade organizadora: http://www.greenlines-institute.org/

E o link da conferência de 2010: http://www.heritage2010.greenlines-institute.org/

* Para quem não conhece, o Matriznet, disponível em: http://www.matriznet.imc-ip.pt/, é um site onde estão disponibilizados os inventários dos museus portugueses e onde é possível pesquisar 40 mil dos 400 mil objectos-espólio preservados nos museus portugueses.