segunda-feira, 25 de maio de 2009

"muralha" de porto pim

Este é o actual estado da "muralha" de Porto Pim.
A razão porque ponho a denominação muralha entre aspas deve-se ao facto de com esta intervenção a mesma ter perdido as suas características de fortificação para se ter transformado num MURO.
Estando a morar mesmo defronte do mesmo tenho ouvido alguns comentários por parte das pessoas que passam por esta rua. Entre os vários comentários, que como devem calcular não são muito abonatórios relativamente à intervenção, houve um que se destacou, em que alguém comentou, em tom jocoso, que isto era o MURO DA VERGONHA. Algo exagerado é verdade, mas bastante revelador do estado de espírito de algumas pessoas que se vêem confrontadas com o mesmo.
De facto a intervenção feita na muralha não foi particularmente feliz. Se na zona do muro em frente à rua da areinha velha ficou, na minha opinião, melhor do que o que estava, o mesmo não sucedeu à zona da muralha.
Devido ao facto de a intervenção não ter seguido as indicações impostas pela Direcção Regional da Cultura, no início da mesma alertei a Junta de Freguesia e a Secretaria Regional do Ambiente para o facto de estar a ser utilizada argamassa à base de cimento portland em vez de argamassa à base de cal.
Na sequência deste alerta tive diversos diálogos com o fiscal da S.R. Ambiente de forma a tentar resolver esta situação. Durante estes diálogos houve algumas questões que coloquei cuja resposta me deixou algo desconcertado mas que creio que não faz muito sentido colocá-las aqui no blog. No entanto o que importa salientar é que o que está previsto em projecto, e que em princípio vai avante, é que toda esta frente que está actualmente em cimento seja pintada de branco, o que me parece totalmente descabido porque retira totalmente o carácter de fortificação da muralha para parecer um simples muro.
Como não gosto de criticar sem apresentar soluções fica aqui a minha proposta para que comentem.
Estando o mal feito, e uma vez que não se prevê que o muro seja revestido a tufo creio que o mínimo que se poderá fazer, e sem aumento de custos, é pintar o cimento num castanho próximo da côr do tufo, em detrimento do branco, dando uma uniformidade tonal à muralha e separando-a do forte, com estava até há cerca de quinze dias.
Eu sei que é uma solução de recurso e não é a solução ideal. Mas entre esta solução e a solução preconizada creio que o castanho claro é de longe menos ofensivo que um MURO branco.

13 comentários:

Tomás disse...

poderá a solução passar pela intervenção de um artista plástico

ou estar a escolher um RAL já é estar a ser utópico?

Grifo disse...

Estou-me a tentar lembrar, mas acho que a muralha não tinha essa altura...

Carlos Faria disse...

Oops!... I can't coment! Sorry...oh job... hard job!

Pedro Garcia disse...

Onde foi parar a pedra original do muro?

ainda não tinha visto a obra acabada na parte da rua a que diz respeito a fotografia.
Já não achava particularmente bem conseguida a solução para a zona em frente ao café, mas aí em baixo esmeraram-se...
É engraçado como se conseguem cometer os maiores dos atentados nas zonas supostamente protegidas!
Veja-se o placard publicitário que esteve junto ao castelo de Santa Cruz, ou a casa em forma de queijo de são jorge que fizeram na lomba da Espalamaca.
Não quero deixar de expressar os meus sentimentos em particular ao Miguel, que tendo comprado uma casa sem vista aberta para a baía de Porto Pim, tinha em vez disso a vista da muralha antiga e agora tem isto... ficamos todos a perder, mas tu levas com ela todos os dias.
Descupem a radicalidade mas acho que a única solução é assumir o erro e refazer a obra, reforçando a base da muralha e repondo as características originais do muro.

Cumprimentos a todos
Pedro Garcia

Miguel Valente disse...

Ao Tomás, não me parece utópico propor um RAL mas creio que seja preferível propor uma cor com garantia para exteriores.

Ao Grifo, a altura menteve-se a mesma mas o impacto é naturalmente maior.

Ao Pedro, de facto não se podia esperar outra atitude por parte de um projectista de obras marítimas pelo que não me parece que a responsabilidade por esta intervenção seja do projectista mas sim de quem a encomendou por não se ter dirigido aos técnicos mais indicados, ou seja, os arquitectos da D. R. da Cultura.
Desfazer uma obra que tanto orgulha o nosso presidente da junta não me parece possível por isso há que apresentar soluções que não impliquem aumento de custos mas que diminuam o impacto visual desta maravilhosa intervenção.

Pedro Garcia disse...

Epá desculpa lá.
Quando vi a fotografia no blogue pensei que tinham substituído o muro!!!!
fiz download da foto e já percebi que o muro ainda lá está, o problema está só no revestimento.
Penso que caso tivessem cumprido o com o revestimento a cal que o projecto especifica, seria interessante ver o muro em continuidade com a fachada do forte.
Penso que a melhor solução é picar e revestir de novo, como estava definido.
Pinturas a ocre não me parece a melhor solução, já fizeram umas coisinhas pintadas a ocre na fachada do forte voltada à Praia e ficou uma boa porcaria.
Pedro

Tomás disse...

repito

poderá a solução passar pela intervenção de um artista plástico

ou de vários

desenhar janelas

A ilha dentro de mim disse...

Eu também sou pelo picar e fazer de novo. Pode o custo parecer maior, mas a longo prazo será sem duvida menor para todos nós!

Não percebo como é se fazem trabalhos destes numa cidade que se quer virada para o turismo. Anda o Ambiente a tentar recuperar a baía de Porto Pim com arquitectos de renome (e preço) e depois vem a junta de Freguesia fazer isto? Haja coerência senhores!

Pelo menos em ano de eleições, a Junta de Freguesia devia pensar duas vezes antes de poupar trocos...

LPGarcia disse...

Alcatrão e Cimento! Que falta de sensibilidade de quem governa, todos sabia-mos que era preciso intervir agora dessa forma é que não! Está horrível!!!!!! Agora só falta grafitar, se é que existe este termo!!!

Miguel Valente disse...

Ao Tomás, embora seja apologista das intervenções de artistas plásticos em muros não nos podemos esquecer que isto não é um muro mas sim uma muralha fortificada e deve ser tratada como tal.
Ao Pedro e à Ilha dentro de mim. Um dos problemas de se ter feito o reboco com cimento portland é que o mesmo é mais resistente que o material que está por baixo, ou seja o tufo. O que significa que a intervenção não é removível sem danos para o material base, daí a minha indignação uma vez que alertei, quer a Junta de Freguesia, quer a S. R. Ambiente que como estava a ser feito desrespeitava as regras impostas pela Carta de Veneza, sobre a qual assenta toda a legislação de intervenção em edifícios classificados.
Eu refiro isto porque me parece que actualmente picar e fazer de novo poderia ser mais prejudicial.
Outra solução, apesar de mais dispendiosa, é revestir o muro com um material que se assemelhe com o tufo, uma vez que não existe tufo suficiente para esta intervenção.
Sinceramente não sei qual a solução mais adequada mas tenho receio das consequências da remoção deste reboco.
Nesta altura do campeonato já me dava por satisfeito que o impacto visual desta intervenção fosse mais reduzido, nem que seja com uma simples pintura.

Grifo disse...

Temos de exigir o máximo... estamos a falar da nossa cidade... a obra do artista plástico poderia ser tentar com relevos voltar a colocar o muro com um aspecto parecido ao dantes...

faisca disse...

O problema deste e outros casos, é quem faz as asneiras não é responsabilizado. Se o dinheiro da correcção dos erros saísse do bolso dos nossos autarcas, não haveria tantas aberrações.

Grifo disse...

E se criam destruir a muralha reduziam o tamanho do muro...

Mas entre essas duas venha o diabo e escolha...