quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Os Carros Não Andam Às Compras
As cidades que hoje em dia estão mais em voga, aquelas que são mais atraentes e que captam mais atenções conseguindo por isso mais dinâmica cultural e turística são as cidades sem património natural, como Berlim, Madrid ou Braga.
Estas cidades tiveram de apostar na arquitectura de qualidade e nos espaços urbanos qualificados para conseguirem atrair pessoas (habitantes e turistas). Tiveram que construir património, criaram focos de interesse que oferecem qualidade de vida a todos os que não quiserem ficar fechados em casa.
A Horta é uma cidade cheia de património natural e, por isso mesmo, nunca precisou de fazer muito para que os turistas abundassem e os habitantes se sentissem acolhidos. A natureza dá-nos muito, dá-nos quase tudo... mas se lhe pomos cimento em cima tem de ser com cuidadinho.
Não me parece que o objectivo da Horta seja atrair o turismo de massas, mas se quisesse, facilmente se poderia tornar na capital da qualidade de vida. Em relação ao turismo, deverá apostar mais na qualidade do que na quantidade, e daí o "cuidadinho": é que não é precisa muita construção, basta refrescar a cara. As fachadas cheias de cores que por aqui abundavam nos anos 80 eram deliciosas e desapareceram por simples esquecimento, tal como o acesso pedonal ao monte queimado, que poderia ser o ponte de exclamação colocado estrategicamente no final do passeio maritimo pela avenida marginal.
Tantas coisas que podem ser sonhadas... tantas que duvido que se faça alguma. O melhor será destacar uma. Uma simples ideia que pode dinamizar toda uma cidade e que pode ser concretizada a custo zero. Basta que a Rua Conselheiro Medeiros passe a rua pedonal, basta isso porque é nesse ponto que a cidade pode dar o salto, centralizando o eixo Igreja de São Francisco/Banco de Portugal.
É que aquele jardim... aquele jardim já não se usa! Há 30 anos, talvez... com as árvores que o ladeavam. Mas hoje em dia não. Os arbustos, o gradeamento, o portão, é um jardim romântico em miniatura que em nada favorece a nossa cidade.
artigo publicado no Fazendo n.28
www.fazendofazendo.blogspot.com
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Avenida Marginal
Nos anos 50 a ideia forte implementada na avenida foi a criação de uma circular automóvel, algo muito "moderno" para época mas que hoje em dia não faz sentido.
Temos de nos lembrar que nos anos 70 e 80 as principais praças de lisboa eram parques de estacionamento (Rossio, Comércio)
Temos de ter claro que Horta não é, nem quer ser, uma cidade na vanguarda do desenho urbano de espaços públicos. Por isso o que há a fazer é ver o que já se fez no mundo inteiro em casos como este e construir uma ideia forte, una, que faça sentido para a vida da cidade actualmente e que transforme a vida da cidade no futuro.
A ligação urbana entre os molhes será essencial e a cidade pode funcionar mais fechada sobre si mesma ou mais aberta ao pico e ao mundo.
as marginais do douro
marginal de san sebastian
marginal de luanda
domingo, 15 de novembro de 2009
CRIAÇÃO DE LARGOS E JARDINS NAS FREGUESIAS RURAIS DO FAIAL
Tal permitiria não só desviar da via pública vários eventos festivos com perturbação desnecessária de trânsito, criaria um espaço de convívio e atraente para as comunidades rurais e ainda mantê-los-ia em condições de arranjo dignas e disponíveis para acolhimento das populações pela protecção civil em caso de catástrofes futuras, podendo mesmo ser integrados nos planos de emergência.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
365 dias de cidadania
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
reabilitação de edificações existentes
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
fazendo 1 ano
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Os Açores vistos pelo canal ARTE
terça-feira, 22 de setembro de 2009
vi(r)ver porto pim
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Turfeiras dos Açores
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Indústria da baleação
segunda-feira, 13 de julho de 2009
as cores da Horta
sábado, 4 de julho de 2009
hortabike (+)
sábado, 27 de junho de 2009
banco de portugal
terça-feira, 16 de junho de 2009
torre do relógio
domingo, 14 de junho de 2009
novo quiosque largo infante (+-)
Sendo defensor da implantação de pequenos equipamentos em espaços públicos, de forma a aumentar as valências dos mesmos, acho que este novo quiosque faz bastante sentido, uma vez que este espaço é perfeito para divulgação turística, devido à sua qualidade e vista para a marina e a ilha do Pico.
Quanto à linguagem arquitectónica do referido quiosque, apesar de achar que deveria haver uma aposta em equipamentos de linguagem arte nova, pelas razões apresentadas num post anterior, creio que este equipamento está em consonância com o mobilário adoptado pela autarquia para os espaços públicos e é francamente bem melhor do que as típicas soluções que têm sido adoptadas para equipamentos móveis, como é o caso das roulotes ou barraquinhas de madeira.
Como ponto negativo apontava a sua implantação, uma vez que, no local onde está actualmente, não só invalida uma utilização mais lúdica daquela calçada (onde se podia jogar à bola, etc), como está demasiado exposta ao sol e fica algo desenquadrado.
Assim, a fim de melhorar a sua integração, propunha que o referido equipamento fosse deslocado para o local indicado na foto, entre dois metrosíderos e duas palmeiras. Com esta pequena alteração de implantação considero que resolve a totalidade dos problemas da actual implantação, uma vez que torna o referido quiosque num elemento integrado na paisagem, resolvendo, igualmente, os problemas de sobreaquecimento, graças à sombra dos metrosíderos e reduzindo os consumos energéticos com arrefecimento. Naturalmente que terá de ser executado um percurso acessível a pessoas com mobilidade reduzida, o qual poderá ser feito em materiais naturais permeáveis tais como madeira.
sexta-feira, 12 de junho de 2009
novamente o muro de Porto Pim
sábado, 6 de junho de 2009
na Horta a mobilidade é condicionada
mostra o que todos vemos na nossa cidade mas que ninguém repara
o reordenamento do transito da cidade da Horta poder-se-á transformar em algo maior, um Plano de Mobilidade, em que todos os acessos serão revistos
terça-feira, 2 de junho de 2009
Sharing Cultures 2009 (+)
Decorreu no passado fim-de-semana, na Ilha do Pico, o ciclo de conferências Sharing Cultures 2009, subordinado ao tema Património Imaterial (Intangible Heritage) e com a paisagem da vinha do Pico e as festividades do Espírito Santo como inspiração de fundo. O evento, que terminou ontem, 1 de Junho, foi organizado pelo Green Lines Institute, organização portuguesa dedicada ao desenvolvimento sustentável.
Durante 4 dias, o evento, realizado na nova Escola Primária da Madalena do Pico, contou com quase 90 apresentações de investigadores de todos os continentes a ocorrer em simultâneo em diversas salas, o que permitiu a cada um escolher as áreas que mais lhe interessavam. Pela minha parte, fiquei bem impressionada pelo interesse e qualidade geral dos conteúdos das apresentações a que assisti.
As apresentações estavam agrupadas por assunto, facilitando a escolha entre tanta oferta e a discussão por temas, para além dos exemplos e casos mais particulares e localizados: desenvolvimento sustentável; políticas e gestão; relações entre o local e o global; o intangível e o tangível; o turismo cultural; o património intangível e o museu; selecção, recolha e preservação de património imaterial; o património imaterial e a educação; as comunidades vivas; práticas de património imaterial.
Considerando os temas que mais me interessavam, as sessões a que assisti focaram particularmente o papel das comunidades na sua própria gestão e definição cultural; o património cultural e as questões sociais; o papel das instituições como os arquivos, as bibliotecas, os museus, na preservação do património imaterial e as questões tecnológicas associadas; a relação entre património material e património imaterial e a pertinência (ou não) desta distinção; dimensões subjectivas da memória, diferentes conceitos de património imaterial em diferentes culturas e tempos; relações/tensões entre autenticidade e turismo cultural.
De todas as apresentações a que assisti, realizadas por profissionais de áreas como a antropologia, a etnografia, a história, a psicologia, a sociologia ou as artes, destaco a apresentação de Paulo Ferreira da Costa, do Instituto Português dos Museus e da Conservação, intitulada "Portugal's nacional inventory of ICH: legislative, institutional and scientific contexts" que, para além de descrever o ponto da situação da salvaguarda do património em Portugal, apresentou o passo seguinte do MatrizNet * - a abertura deste site a todos os agentes culturais que possuam informação sobre o património português. O software está ainda em desenvolvimento, mas a ideia é abrir a possibilidade de carregar a base de dados (agora um inventário, mas que terá muitos mais campos como vídeos, textos de investigação, etc.) a todos os que o desejem fazer. Naturalmente, haverá um gabinete responsável pela verificação e selecção dos contributos apresentados, para garantir a qualidade final da informação disponibilizada.
Esta ideia é absolutamente inovadora a nível internacional e fez sensação na conferência. Em minha opinião é algo entusiasmante, um passo decisivo na inclusão e democratização da cultura no nosso território e será certamente uma ferramenta importante na salvaguarda de património material e imaterial, assim que estiver disponível - o IMC prevê que em Janeiro de 2010, esperemos que sim.
A estrutura do evento permitiu que os debates iniciados após as apresentações continuassem a título mais descontraído fora das sessões. O tempo para convívio e troca de ideias e experiências entre as várias pessoas foi, assim, um ponto muito forte deste evento, permitindo uma verdadeira e frutífera partilha de culturas.
A organização foi excelente. Tirando partido da (micro) escala açoriana e "picarota", todas as actividades ocorreram perto umas das outras, permitindo aos participantes circular a pé pelos lugares, tomando um verdadeiro contacto com a envolvente, apesar do mau tempo.
No geral, devo dizer que o ciclo de conferências excedeu as minhas expectativas e estou a planear inscrever-me novamente para o ano - sobre o qual ainda não há muita informação na internet mas que será em Évora, ou seja, novamente em Património Mundial.
Aqui fica o link da conferência de 2009: http://sharing.cultures2009.greenlines-institute.org/
O link da entidade organizadora: http://www.greenlines-institute.org/
E o link da conferência de 2010: http://www.heritage2010.greenlines-institute.org/
* Para quem não conhece, o Matriznet, disponível em: http://www.matriznet.imc-ip.pt/, é um site onde estão disponibilizados os inventários dos museus portugueses e onde é possível pesquisar 40 mil dos 400 mil objectos-espólio preservados nos museus portugueses.
segunda-feira, 25 de maio de 2009
"muralha" de porto pim
domingo, 17 de maio de 2009
reordenamento do trânsito da cidade (2)
-Trânsito automóvel interdito (vermelho): ruas que serão, ou já são, de uso exclusivo pedonal.
-Trânsito auomóvel condicionado nível 1 (laranja): ruas com trânsito automóvel exclusivo a moradores ou veículos autorizados, com colocação de monges com elevador nas entradas das ruas.
-Trânsito automóvel condicionado nível 2 (amarelo): ruas com trânsito automóvel livre com velocidade limitada a 30km/h e prioridade total dos peões.
-Trânsito automóvel livre (verde): ruas com trânsito automóvel livre com velocidade limitada a 50Km/h e existência de passadeiras para passagem de peões.
Nas ruas de trânsito automóvel condicionado (ambos os níveis) propõe-se a eliminação de desníveis entre passeios e arruamento, de forma a que tudo seja passeio, com as devidas marcações de circulação e estacionamento. Creio que com esta solução os automobilistas sintam que estão a circular em zonas pedonais reduzindo assim a velocidade e aumentando os cuidados com os peões.
Como se poderá observar, na proposta apresentada alteramos alguns sentidos de circulação.
Ao nível da Av. 25 de Abril, e tendo em conta a sua importância, propomos que em alguns troços da mesma a circulação automóvel seja feito junto às construções existentes, criando duas bolsas de trânsito automóvel interdito, nas quais poderão ser criados espaços para jardins, esplanadas, parques de estacionamento, etc.
Chamamos a atenção que, após diversas participações aquando esta proposta foi apresentada pela primeira vez, o presente estudo será alterado na rua Nova e rua da Rosa (Porto Pim) em que o condicionamento do trânsito passará a ser de nível 1 (laranja) em vez de nível 2 (amarelo).
segunda-feira, 11 de maio de 2009
associação salvaguarda do património faialense
domingo, 10 de maio de 2009
plano de urbanização da horta
terça-feira, 5 de maio de 2009
Pedimos o alargamento dos passeios
Por ser impossível de caminhar lado a lado mantendo uma conversa com alguém que acabámos de encontrar
Por ser impossível conduzir um carrinho de bébé para o centro da cidade sem arriscar a vida do conduzido
Por ser impossível a alguém de cadeira de rodas ir a uma loja, ou a uma farmácia, ou onde quer que seja
Não sei se é com um abaixo assinado que vamos lá... talvez
Não sei se é com alguns cortes de trânsito ao fim de semana... talvez
Não sei para quando... por mim era já Amanhã
quarta-feira, 29 de abril de 2009
as nossas praias eram bem maiores
sábado, 11 de abril de 2009
uma bacia a norte
Lançando perguntas, obtendo respostas, só assim poderemos perceber como vai ser viver nessa Horta
segunda-feira, 6 de abril de 2009
estacionamento de velocipedes (-)
segunda-feira, 16 de março de 2009
reordenamento do trânsito da cidade
quarta-feira, 11 de março de 2009
rua da Areinha Velha (Porto Pim)
segunda-feira, 2 de março de 2009
sobre ciclovias
Gostaria de chamar a atenção para os visitantes deste blog para o video que se encontra no lado esquerdo da página, relacionado com a implementação de ciclovias em diversas cidades do mundo, em particular na Europa. Se clicarem em cima do vídeo poderão vê-lo em tamanho maior bem como ver a segunda parte do vídeo, o qual está cheio de informação interessante.
Infelizmente as legendas estão em português do Brasil mas não prejudica muito o visionamento.
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
frente marítima da lajinha
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
sobre peões e automóveis 2
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
sobre peões e automóveis (-)
Em diversas cidades do continente têm vindo a ser testadas algumas formas de circulação alternativas ao automóvel privado, algumas delas com resultados bastante interessantes. Deixo aqui o exemplo de apenas duas devido a algumas semelhanças em termos de orografia (sim, também é possível utilizar bicicletas em cidades com orografia acentuada). São elas Cascais e Évora. No caso de Cascais foi implementada uma rede de parques de estacionamento, através de parcerias público-privadas, cujo preço do estacionamento aumenta quanto mais próximo do centro da vila estiver o parque, sendo que o bilhete dos parques mais distantes dão acesso aos autocarros da vila (os buscas). Em torno deste centro existem diversas ruas cortadas ao trânsito ou de trânsito condicionado, onde o peão tem sempre prioridade. Foi igualmente estabelecido um sistema de empréstimo gratuito de bicicletas (as bicas) que, apesar de ter um horário de funcionamento que necessita de ser repensado, tem tido bastantes utilizadores.
Medidas semelhantes, embora com algumas nuances, foram implantadas na cidade de Évora, uma cidade de grande beleza e nada plana. O resultado destas medidas é ter devolvido a cidade aos peões. Se no início os comerciantes das ruas cortadas ao trânsito eram contra esta medida, rapidamente se aperceberam que uma rua exclusivamente pedonal é uma mais valia, uma vez que as pessoas podem parar, confraternizar, ver as montras e fazer as compras sem estarem preocupadas com o carro mal estacionado. Um bom exemplo são os grandes centros comerciais (não que sejam espaços que me agradem) onde não é possível parar o carro à porta das lojas e, apesar disso, os corredores estão sempre cheios de gente a circular.
Alguns poderão dizer, ah mas o clima aqui não permite andarmos a pé. Pessoalmente acho mais confortável andar a pé numa cidade onde chove com alguma frequência, mas durante pouco tempo seguido, do que numa cidade onde no Inverno as temperaturas exteriores andam perto dos 0ºC e no Verão chegam a ultrapassar os 40ºC à sombra.
No entanto não custa nada experimentar, aos poucos, como por exemplo cortar o trânsito durante os fins-de-semana nos troços entre o mercado e os correios e a biblioteca e o Largo do Infante. E porque não permitir que nessas alturas a pastelaria ideal e a padaria popular possam ocupar parte da via com esplanadas?
Esta é uma sugestão que não creio que traga grandes incómodos e poderá trazer grandes benefícios.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
POLÍTICA HABITACIONAL: Construção vs Reabilitação
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
sobre moinhos
Sendo da opinião que se deve recuperar o património degradado enquanto é possível fazê-lo sem que os custos sejam excessivos, sou igualmente da opinião que não basta recuperar o património. Entendo que nas discussões sobre recuperação de património é essêncial discutir o uso a atribuir ao mesmo. Só com uma utilização frequente dos edifícios é que é possível evitar a degradação dos mesmos, uma vez que os utilizadores vão dando conta dos defeitos e problemas que surjam com o passar do tempo e, preferencialmente, zelando pela sua correção, evitando que o edifício se degrade.
Gostaríamos de receber sugestões sobre quais as medidas que devem ser tomadas para recuperar os moinhos holandeses, possíveis utilizações, eventuais parceiros, etc.
Não posso deixar de terminar esta mensagem sem deixar o meu agradecimento ao Grifo pela sugestão deste tema, uma vez que é para isso mesmo que este blog existe. Um muito obrigado Grifo e a todos os participantes destes debates.