quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Os Carros Não Andam Às Compras















As cidades que hoje em dia estão mais em voga, aquelas que são mais atraentes e que captam mais atenções conseguindo por isso mais dinâmica cultural e turística são as cidades sem património natural, como Berlim, Madrid ou Braga.

Estas cidades tiveram de apostar na arquitectura de qualidade e nos espaços urbanos qualificados para conseguirem atrair pessoas (habitantes e turistas). Tiveram que construir património, criaram focos de interesse que oferecem qualidade de vida a todos os que não quiserem ficar fechados em casa.

A Horta é uma cidade cheia de património natural e, por isso mesmo, nunca precisou de fazer muito para que os turistas abundassem e os habitantes se sentissem acolhidos. A natureza dá-nos muito, dá-nos quase tudo... mas se lhe pomos cimento em cima tem de ser com cuidadinho.
Não me parece que o objectivo da Horta seja atrair o turismo de massas, mas se quisesse, facilmente se poderia tornar na capital da qualidade de vida. Em relação ao turismo, deverá apostar mais na qualidade do que na quantidade, e daí o "cuidadinho": é que não é precisa muita construção, basta refrescar a cara. As fachadas cheias de cores que por aqui abundavam nos anos 80 eram deliciosas e desapareceram por simples esquecimento, tal como o acesso pedonal ao monte queimado, que poderia ser o ponte de exclamação colocado estrategicamente no final do passeio maritimo pela avenida marginal.



Tantas coisas que podem ser sonhadas... tantas que duvido que se faça alguma. O melhor será destacar uma. Uma simples ideia que pode dinamizar toda uma cidade e que pode ser concretizada a custo zero. Basta que a Rua Conselheiro Medeiros passe a rua pedonal, basta isso porque é nesse ponto que a cidade pode dar o salto, centralizando o eixo Igreja de São Francisco/Banco de Portugal.


É que aquele jardim... aquele jardim já não se usa! Há 30 anos, talvez... com as árvores que o ladeavam. Mas hoje em dia não. Os arbustos, o gradeamento, o portão, é um jardim romântico em miniatura que em nada favorece a nossa cidade.
















artigo publicado no Fazendo n.28
www.fazendofazendo.blogspot.com

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Avenida Marginal

Receber as ondas com pedras, carros e roulotes não é dar-lhes as boas vindas.














Nos anos 50 a ideia forte implementada na avenida foi a criação de uma circular automóvel, algo muito "moderno" para época mas que hoje em dia não faz sentido.
Temos de nos lembrar que nos anos 70 e 80 as principais praças de lisboa eram parques de estacionamento (Rossio, Comércio)

Temos de ter claro que Horta não é, nem quer ser, uma cidade na vanguarda do desenho urbano de espaços públicos. Por isso o que há a fazer é ver o que já se fez no mundo inteiro em casos como este e construir uma ideia forte, una, que faça sentido para a vida da cidade actualmente e que transforme a vida da cidade no futuro.
A ligação urbana entre os molhes será essencial e a cidade pode funcionar mais fechada sobre si mesma ou mais aberta ao pico e ao mundo.










as marginais do douro

























marginal de san sebastian

















marginal de luanda

domingo, 15 de novembro de 2009

CRIAÇÃO DE LARGOS E JARDINS NAS FREGUESIAS RURAIS DO FAIAL

Muitas vezes no Continente um dos espaços importantes na estruturação dos povoamentos rurais é o "largo", frequentemente localizado junto da igreja.
Desde o início o largo foi uma estrutura viva, onde as pessoas se encontravam, conviviam, muitas festas das aldeias se realizavam e eventos importantes aconteciam, por isso, alguns possuem o pelourinho que marca o poder da justiça no coração da comunidade.

Nos Açores, sobretudo no Faial, talvez porque a urbanização se estrutura mais ao longo do anel da estrada regional em torno da ilha do que a partir do um núcleo das freguesias, apesar de existir o tradicional adro da igreja, raramente há um espaço com dimensões, vida e a dignidade dos largos.
Todavia no Faial, principalmente após o sismo de 1998, algumas freguesias passaram a ter espaços propriedade do Governo Regional que não só serviram para acolher sinistrados nos aldeamentos provisórios até à conclusão de reconstrução, como ainda possuem dimensões e condições para em caso de catástrofe serem ponto de reunião das populações e que entretanto se encontram desaproveitados.
Assim, em pleno século XXI, com estilos de vida diferentes do passado e onde se pensa a malha urbana com um núcleo consolidado, seria conveniente dar vida a esses espaços, criar condições para acolhimento de festas, instalação de parques infantis e colocação de mobiliário exterior de modo a terem um uso em parte semelhante ao dos largos.
Tal permitiria não só desviar da via pública vários eventos festivos com perturbação desnecessária de trânsito, criaria um espaço de convívio e atraente para as comunidades rurais e ainda mantê-los-ia em condições de arranjo dignas e disponíveis para acolhimento das populações pela protecção civil em caso de catástrofes futuras, podendo mesmo ser integrados nos planos de emergência.
Com este post pretende-se ainda que o Horta XXI pense o concelho para além da sua sede.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

365 dias de cidadania

Faz hoje precisamente 1 ano que foi criado este blog, com um post sobre o estado de abandono da muralha de Porto Pim e a rua onde a mesma se encontra. Mal sabia que o resultado seria a intervenção que todos conhecemos e da qual não vale a pena falar mais.
Geralmente é nestas ocasiões que se apresentam alguns dados a fim de fazer um balanço das actividades. Ora o HORTA XXI não gostaria de ser excepção e aproveitamos a deixa para fazer um pequeno ponto de situação.
No período de 1 ano foram apresentadas diversas propostas concretas para a resolução de problemas, tais como o reordenamento do trânsito da cidade da Horta e a requalificação da Travessa do Porto Pim. Foi igualmente dado um passo importante na participação pública, através da iniciativa de uma petição solicitando um repensar nas formas de circulação da cidade, que reuniu 100 subscritores. Foram discutidas várias questões ligadas ao urbanismo e património, tais como aproveitamento de espaços públicos inutilizados, cores dos edifícios da cidade da Horta, etc, tendo surgido algumas ideias bastante interessantes para tornar esta cidade ainda mais apetecível. O HORTA XXI foi igualmente co-responsável pela organização das Jornadas Europeias do Património, cujas iniciativas permitiram dar a conhecer o valor patrimonial da baía de Porto Pim, bem como momentos inesquecíveis durante uma noite de luar no Forte de São Sebastião. Finalmente forma criadas condições para a formação de uma associação de salvaguarda do património faialense.
Com um balanço destes, existem razões para estarmos satisfeitos com a existência deste blog e sentirmos vontade de continuar a melhorar.
Infelizmente, como deverão ter reparado, a participação neste espaço de discussão pública tem sido incrivelmente reduzida. Ultimamente tenho sido o único dinamizador deste blog, lançando temas para discussão. Deverão igualmente ter reparado que os comentários têm sido escassos ou mesmo nulos.
Apesar deste blog ter sido criado por 1 elemento, foram convidados diversos cidadãos para contribuirem para este blog. O propósito era criar um espaço de discussão, com diversos pontos de vista, gerando debate e troca de ideias. Quando um blog tem apenas um dinamizador torna-se um blog de autor. O HORTA XXI não é, nem pretende ser, um blog de autor.
Quando um blog de discussão pública não gera discussão, deixa de ser um espaço de debate e passa a ser um espaço de deambulações do(s) seu(s) autor(es). Ao colocar posts que não são alvo de comentários, podemos assumir que os mesmos são verdade irrefutáveis e, como tal, não discutíveis, ou então que os mesmos merecem a mesma atenção que os brados de um pobre louco que grita contra o mundo, que todos, com uma ponta de comiseração, fazemos o possível por ignorar.
Quem me conhece sabe que, apesar da convicção com que defendo os meus pontos de vista, não acho que os mesmos sejam inquestionáveis e muito menos indiscutíveis, pelo que actualmente que a minha participação exclusiva neste blog me deixa muito próximo da situação da célebre personagem do vídeo ao lado.
Como deverão ter percebido, este longo post tem como objectivo apelar a uma maior participação de todos os que acompanham este espaço, e em particular aos restantes contribuidores, de forma a que o mesmo se torne novamente um espaço de discussão pública.
Caso se verifique que o blog deixou de fazer sentido, naturalmente que o mesmo terminará. Se fôr esse o caso gostaria de, antecipadamente, agradecer a todos os participantes e contribuidores que ao longo de quase 1 ano participaram neste espaço que, como é óbvio, teve consequências tão positivas.
Para terminar, gostaria apenas de relembrar que só é possível ter uma sociedade mais justa e saudável se existir um verdadeiro sentido de cidadania, o qual implica o envolvimento da sociedade civil, que somos todos nós.
Até breve...

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

reabilitação de edificações existentes

Foi recentemente criada pelo Governo (da República) uma lei para a área da habitação que visa promover a reabilitação urbana em detrimento das construções novas, à qual foi dado o óbvio nome de Regime Jurídico de Reabilitação Urbana.
O próprio Plano de Urbanização da Horta, que tarda em entrar em vigor, estimula a reabilitação em vez de construções novas. Espero que os arquitectos que futuramente irão actuar nas intervenções dentro da área abrangida pelo Plano de Urbanização sejam sensíveis a esta forma de intervenção e não caiam na tentação do facilitismo da erradicação dos edifícios existentes de forma a poder fazer um projecto de raíz sem constrangimentos.
Mas, e os restantes agentes estarão preparados para esta realidade?
Vejamos:
Dono de Obra: muitas vezes os edifícios existentes são anteriores à entrada em vigor do Regulamento Geral das Edificações Urbanas (RGEU), ou seja 1951, e como tal os compartimentos, organização e condições existentes nem sempre são adaptáveis às exigências contemporâneas, tais como quartos com áreas superiores a 15m2, salas com mais de 30m2, grandes vãos, etc. Naturalmente quando, por mais voltas que se dê, não é possível "meter o Rossio na Betesga", devido à existência de constrangimentos de ordem estrutural ou arquitectónica, a vontade é deitar abaixo e fazer de novo de forma a eliminar esses constrangimentos. Tal no entanto significa um ganho pessoal mas uma perda social e cultural porque se está a destruir história e, por vezes, arte.
Projectistas de estabilidade: Imaginemos que existe vontade por parte dos projectistas de arquitectura e dos donos de obra em preservar o existente prevendo-se como tal a sua reabilitação. Por vezes esta vontade esbarra contra a desconfiança do projectista de estabilidade, muitas vezes porque é mais simples calcular uma estrutura nova do que tentar conciliar uma estrutura nova com as condições estruturais existentes. Geralmente esses projectistas alegam falta de condições estruturais do existente para justificar a sua demolição. Infelizmente nem sempre é verdade que não existam condições de segurança das construções existentes. O que existe é alguma falta de ética por parte desses projectistas, que felizmente creio que são poucos.
Empreiteiros: Por vezes chega-se à fase de obra com todos os intervenientes a actuar no sentido de reabilitar e eis que entra o Empreiteiro. Devido ao "boom" da construção nova são muito poucos os empreiteiros que estão preparados para uma intervenção de reabilitação preferindo, como tal, uma intervenção do tipo construção nova. Por vezes tentam convencer o dono de obra a demolir o existente e fazer tudo de novo, geralmente com o argumento da redução de custos, algo a que todos somos sensíveis.
É por estas razões que muitas vezes são demolidas construções existentes e feitas novas construções, mesmo quando se mantém a imagem do existente. Enquanto projectista de arquitectura já me sucederam situações semelhantes, principalmente devido às questões relacionadas com projectistas de estabilidade e empreiteiros.
Resumindo, reabilitar é difícil, constringe o projectista de arquitectura, constringe as exigências do dono de obra, obriga a um maior trabalho e rigor do projectista de estabilidade e um maior cuidado e profissionalismo por parte do Empreiteiro. No entanto existem muitas outras razões para ser preferível à solução de construção nova destacando as razões patrimoniais, culturais e ambientais. Pessoalmente, enquanto projectista, tenho muito mais interesse em trabalhos de reabilitação do que de construções novas mas tenho consciencia que é umas dôr de cabeça maior mas que, quando todos os intervenientes colaboram, é altamente compensador reabilitar uma construção existente.
É extremamente importante que os diversos organismos que regulam o sector da construção, câmaras municipais, governo, ordens e associações profissionais, etc, exerçam acções de sensibilização dos agentes e população em geral para a importância da reabilitação e porque é que esta devia ser a prioridade na renovação do parque habitacional.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

fazendo 1 ano

O jornal "FAZENDO" vai FAZER 1 ano. Parabéns aos seus criadores, colaboradores, impulsionadores e outros ores que contribuam, ou tenham contribuido para a publicação desta «agenda cultural faialense».
Entre tantas coisas que poderia dizer sobre o "FAZENDO" aquela que mais me marca é a improbabilidade da sua existência. Vejamos:
Faial, uma ilha com cerca de 15.000 habitantes, 1 Concelho, 1 empresa municipal de "organização" de eventos culturais e gestão de espaços lúdicos, 3 ourivesarias, 0 (zero) livrarias, 0 (zero) lojas de discos, diversas associações culturais e artísticas com muita vontade e muito pouco dinheiro.
Faial, uma ilha onde tantas vozes se queixam "ter sido esquecida pelo governo", de "estar parada no tempo", de "não acontecer nada", etc, etc, etc.
Faial, uma ilha onde os interesses dos partidos se misturam com o interesse público, onde os interesses pessoais se misturam com os interesses dos partidos, e por aí fora.
Neste contexto, na realidade tão igual ao de tantas outras cidades portuguesas, as probabilidades de surgir um boletim cultural com crónicas, críticas e artigos de tão elevada qualidade são escassas. As probabilidades desse boletim ser totalmente livre e independente de instituições culturais, sejam elas públicas ou privadas, são ainda mais escassas. As probabilidades desse boletim ser criado e gerido por um grupo de pessoas com muita vontade e de forma totalmente gratuita e desinteressada, reduzem-se praticamente a zero.
E no entanto o "FAZENDO" existe. E ainda bem.
Ao fim de 23 edições e 1 ano de existência o "FAZENDO" é a prova de que a vontade de FAZER algo com qualidade é mais forte que as vozes dos velhos do restelo.
Mas por muita qualidade e empenho das pessoas que gerem este projecto, o mesmo só é possível graças à incrivel quantidade de gente com actividades artísticas e culturais presentes nesta ilha, que desmentem aqueles que dizem que não há cultura no Faial.
A cultura no Faial está bem de saúde, e se não acredita, basta dar uma olhada à última página do "FAZENDO". Mas tudo o que é bom pode ser melhorado e estou convicto que a tendência será precisamente essa.
Para quem teve a paciência de ler este post até aqui, deverá ter reparado que este último parágrafo anula o segundo argumento para a improbabilidade da existência do "FAZENDO", mas mesmo existindo probabilidades ligeiramente maiores, as mesmas continuam a ser reduzidas.
Espero apenas que os "FAZEDORES" continuem a FAZER um bom trabalho e que continuem a existir razões para a existência do "FAZENDO".
Nota: A imagem deste post foi sacada do blog do "FAZENDO" e fez a capa da edição 16. Ao Pedro e ao Jácome os meus agradecimentos.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Os Açores vistos pelo canal ARTE

Para quem tem acompanhado este blog concerteza já terá reparado que os últimos posts têm sido sobre temas bastante consensuais ou simplesmente informativos, em que o debate ou discussão dos temas habituais do blog têm estado um pouco adormecidos.
Como devem calcular o facto de estarmos há já algum tempo em época de eleições justifica esta posição por parte do blog, de forma a evitar que este mesmo espaço se torne num palco para as lutas partidárias.
Após as eleições autárquicas, independentemente do seu resultado, retomaremos as habituais discussões sobre urbanismo e património esperando que com as mesmas surjam novas iniciativas para valorizar esta bela cidade e ilha.
Após esta pequena introdução gostaria de apresentar-vos (para quem ainda não conhece) um pequeno documentário realizado por Florian Gluthknecht e produzido pelo canal ARTE e que contou com o apoio do DOP. (ver aqui)
Neste documentário podemos ver algumas caras conhecidas como é o caso da Mónica Silva, o Norberto e o Pedro Afonso (que é contribuidor deste blog), para além de imagens deslumbrantes do Faial e Pico.
Num dia como o de hoje sabe sempre bem ver imagens tão fantásticas destas ilhas e das criaturas que por cá passam e habitam.
Um pequeno aviso: o documentário tem pouco mais de 50mn pelo que recomendo que o vejam numa altura calma.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

vi(r)ver porto pim

Durante os próximos dias 25, 26 e 27 realizam-se em toda a Europa as Jornadas Europeias do Património, tendo como principal objectivo a sensibilização dos cidadãos para a importância da preservação do património.
Este ano o blog HORTA XXI junta-se à Câmara Municipal da Horta para organizar alguns eventos dentro do âmbito das referidas jornadas.
O tema deste ano será, como indica o título deste post, "vi(r)ver porto pim" e terá, naturalmente esta magnífica baia, bem como todas as suas vertentes patrimoniais como protagonista principal.
No dia 25 (sexta-feira), pelas 21h30, poderemos ir ouvir a violetista Danusha Waskiewics tocar alguns dos andamentos das sonatas para violoncelo de Bach, entre outras peças dentro das muralhas do Castelo de São Sebastião.
No dia seguinte irá realizar-se um passeio em torno da baía de Porto Pim durante o qual serão abordadas, por alguns dos participantes, as várias vertentes patrimoniais de Porto Pim, desde o património construído, ao património natural.
O percurso iniciar-se-à no Castelo de São Sebastião pelas 14h30, seguindo pela rua do Castelo (antiga rua do Pasteleiro), travessa do Porto Pim, rua da Areinha Velha, praia de Porto Pim, Fábrica da Baleia, subida ao Monte da Guia e terminando na baía Entre Morros.
Devido à pouco grau de dificuldade do percurso o mesmo poderá ser feito por crianças, pelo que os pais poderão participar trazendo consigo os mais pequenos e partilhar esta experiência que se pretende que seja pouco formal e muito enriquecedora.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Turfeiras dos Açores

Para quem ainda não conhece, gostaria de referir neste post um dos mais importantes patrimónios naturais dos Açores, infelizmente bastante desconhecido da maior parte de todos nós, as turfeiras.
As turfeiras, ou turfa, é um tipo de vegetação habitualmente encontrado nas partes altas (mais 500m altitude) que está perfeitamente adaptado à captação de grandes volumes de água, quer por precipitação directa quer por intercepção de nevoeiros, mais conhecida entre nós por vegetação húmida. As turfeiras conseguem, conforme o seu tipo de composição vegetal, reter entre 73% (turfa de graminóides) e 94% (turfa de Sphagnum) do seu peso em água, funcionando como uma enorme esponja que armazena a água regulando as escorrências de água após eventos de grande precipitação evitando não só as erosões dos solos, bem como que estas águas se percam de imediato. As turfeiras têm igualmente um papel bastante importante de purificação da água, uma vez que retêm na sua estrutura todas as substâncias que estão diluídas, incluindo substâncias tóxicas.
Por estas e por outras razões as turfeiras são essênciais para a manutenção não só da diversidade natural das ilhas, bem como para garantir níveis de fornecimento de água correctos.
Infelizmente, ao que tudo indica, cerca de 50% da área de turfeira dos açores já foi alvo de intervenção humana, em particular para criação de pastagens ou de floresta de produção.
É um facto de temos por garantido que as ilhas açorianas não têm problemas de falta de água, mas situações como as ocorridas na ilha Terceira mostram-nos que a redução de áreas ocupadas por turfeira terão consequências graves no ciclo hidrológico.
Poderão encontrar mais informação neste artigo publicado por elementos do Gabinete de Ecologia Vegetal e Aplicada (GEVA) da Universidade dos Açores, e que serviu de suporte para este post.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Indústria da baleação

Existindo nos Açores, em particular no Faial e Pico, uma história de indústria ligada à caça à baleia, cujo património deve ser preservado, o que, na minha opinião, tem sido bem feito por parte do Governo Regional, não nos podemos esquecer que existem diversos países que continuam a exercer esta actividade de forma industrial.
Sendo defensor das actividades de baleação vocacionadas para a observação, desde que de forma controlada e de reduzido impacto (contrária ao turismo de massas), considero, no entanto, que parte das actividades humanas nos diversos oceanos são altamente predatórias e insustentáveis.
Neste sentido sugiro que dêem uma olhada neste VIDEOCLIP dos Modest Mouse que dá uma perspectiva interessante da caça à baleia.
Acrescente-se a curiosidade de o vídeoclip ter sido realizado por Heath Ledger (actor e realizador, falecido recentemente), que se dedicava também à animação.
AVISO: APESAR DO VIDEOCLIP SER EM ANIMAÇÃO ALGUMAS SEQUÊNCIAS SÃO BASTANTES FORTES E PODEM FERIR A SENSIBILIDADE DE ALGUMAS PESSOAS.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

as cores da Horta






















há uns tempos no blog duplas publiquei esta fotografia alterada da nossa marginal
a ideia era mostrar que podemos tirar muito mais partido da arquitectura que temos

e ter mais vida nas fachadas da nossa cidade



gostaria de fazer o mesmo com a fábrica da baleia
mas escolher a cor é uma tarefa árdua



um festival da cor na cidade?

um apoio à requalificação pela cor?

ou um sonho inalcançável?

sábado, 4 de julho de 2009

hortabike (+)

Durante esta semana o Grifo, um dos comentadores mais assíduos deste blog, propôs-nos que se debatesse o tema das bicicletas de utilização gratuita. Como já me tinha apercebido de que existiam alguns indícios de que em breve iria haver bicicletas municipais na Horta, informei o Grifo que iríamos aguardar pelo lançamento da iniciativa de forma a podermos comentá-la.
De facto, no final desta semana foi apresentado o serviço de bicicletas de utilização gratuita da cidade da Horta. Está a câmara municipal de parabéns por esta iniciativa que tanta falta fazia.
Infelizmente ainda não experimentei nenhuma porque a adesão foi tão grande que quando lá cheguei, hoje, já não havia bicicletas disponíveis (existem cerca de 20). Mas posso dizer que de facto são bastante bonitas.
Infelizmente este serviço tem um grande defeito e que é o facto de existir apenas um ponto de recolha e entrega de bicicletas. Tal situação privilegia a utilização lúdica em detrimento da utilização urbana por parte dos cidadãos no seu dia a dia, que é o que sucede nas outras cidades onde já foi aplicada esta iniciativa (Aveiro, Cascais, Évora, etc,).
Felizmente este problema resolve-se muito facilmente, bastando para tal envolver as juntas de freguesia nesta iniciativa.
Eu sugeria aos responsáveis por este serviço que colocassem junto de cada junta de freguesia da cidade (Angústias, Conceição e Matriz por ordem alafabética) um parque para 4 bicicletas, de forma a facilitar a utilização destas bicicletas para pequenas deslocações urbanas (quadrados vermelhos no mapa).
Naturalmente que quando forem criadas as famosas bolsas de estacionamento, que inevitavelmente terão surgir, deverá existir junto às mesmas postos de recolha e entrega de bicicletas, mas para já creio que junto às juntas de freguesia já é suficiente.
Só assim é que se poderá dizer que este serviço é uma alternativa aos veículos automóveis nas deslocações dentro da cidade.

sábado, 27 de junho de 2009

banco de portugal

Sim, é mesmo verdade, o Banco de Portugal foi adquirido pela CMH. Parabéns à câmara por esta iniciativa, evitando que o mesmo fosse parar a mãos de privados, garantindo assim que o edifício terá uma utilização pública.
De acordo com uma notícia divulgada no diário faialense "incentivo" o fim a que se destina este imóvel é a criação de um espaço para o desenvolvimento e exposição de artes. Creio que o fim é bastante apropriado e apoio totalmente essa ideia. No entanto, sendo este um espaço de discussão pública solicitava aos visitantes que deixassem a sua opinião sobre a utilização a dar ao novo imóvel da CMH.
Só para finalizar gostaria de relembrar que, apesar do alçado principal estar virado para o jardim Eduardo Bulcão, a propriedade confina a Este com a Avenida 25 de Abril, existindo desse lado um belo espaço não ocupado.

terça-feira, 16 de junho de 2009

torre do relógio

No passado sábado teve lugar o "fórum cuidar dos jardins, cuidar de si" organizado pela CMH, SR Agricultura e Florestas e SR Ambiente. Foi uma iniciativa extremamente interessante e que esperamos que se realize mais vezes. No seguimento desse fórum e de uma conversa particularmente enriquecedora com a profª Isabel Albergaria, que apresentou um pequeno resumo da história e vocação dos jardins públicos, apresento aqui a proposta de se efectuar um projecto de arquitectura paisagista para a requalificação do espaço em torno da Torre do Relógio e que creio que se chama Largo D. Luís.
A proposta pretende complementar o Jardim Florêncio Terra criando condições para que neste espaço público haja condições para uma utilização mais lúdica. A criação recente de vários blocos habitacionais, associado à abertura das futuras instalações do DOP - Universidade dos Açores, veio revitalizar uma zona que estava a envelhecer. O Jardim Florêncio Terra devido às suas dimensões e características não comporta uma utilização mais lúdica, não sendo possível comportar um parque infantil, um campo de jogos ou um quiosque com esplanadas. No entanto o largo da torre do relógio tem condições excepcionais para o desenvolvimento destas utilizações atraindo pessoas para o local e para o histórico jardim.
Como poderão observar pela fotografia (peço desculpa pela qualidade, foi sacada do google earth) a Norte da torre destinar-se-ia um espaço para jogos vários, a Este ficaria um parque infantil e a Sudoeste um quiosque tipo com uma linguagem arte nova com duas esplanadas. Deste ponto será possível os pais e tutores vigiarem as actividades dos mais pequenos tranquilamente sentados na esplanada.
Naturalmente que esta proposta tem em conta a proposta de reordenamento do trânsito em que a rua que contorna este largo a Este seria interditada ao trânsito, ou seja, do lado do parque infantil deixaria de haver circulação automóvel.
Por favor comentem.

domingo, 14 de junho de 2009

novo quiosque largo infante (+-)

Quem passa pelo Largo do Infante depara-se com um novo equipamento cujo fim creio que será para divulgação de informação turística dos Açores.
Sendo defensor da implantação de pequenos equipamentos em espaços públicos, de forma a aumentar as valências dos mesmos, acho que este novo quiosque faz bastante sentido, uma vez que este espaço é perfeito para divulgação turística, devido à sua qualidade e vista para a marina e a ilha do Pico.
Quanto à linguagem arquitectónica do referido quiosque, apesar de achar que deveria haver uma aposta em equipamentos de linguagem arte nova, pelas razões apresentadas num post anterior, creio que este equipamento está em consonância com o mobilário adoptado pela autarquia para os espaços públicos e é francamente bem melhor do que as típicas soluções que têm sido adoptadas para equipamentos móveis, como é o caso das roulotes ou barraquinhas de madeira.
Como ponto negativo apontava a sua implantação, uma vez que, no local onde está actualmente, não só invalida uma utilização mais lúdica daquela calçada (onde se podia jogar à bola, etc), como está demasiado exposta ao sol e fica algo desenquadrado.
Assim, a fim de melhorar a sua integração, propunha que o referido equipamento fosse deslocado para o local indicado na foto, entre dois metrosíderos e duas palmeiras. Com esta pequena alteração de implantação considero que resolve a totalidade dos problemas da actual implantação, uma vez que torna o referido quiosque num elemento integrado na paisagem, resolvendo, igualmente, os problemas de sobreaquecimento, graças à sombra dos metrosíderos e reduzindo os consumos energéticos com arrefecimento. Naturalmente que terá de ser executado um percurso acessível a pessoas com mobilidade reduzida, o qual poderá ser feito em materiais naturais permeáveis tais como madeira.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

novamente o muro de Porto Pim

Não, não é o muro de Porto Pim que aparece na fotografia, mas sim uma imagem de parte do complexo das piscinas das salinas de Câmara de Lobos (Madeira) do arqº Paulo David. A fotografia é do Fernando Guerra e poderão encontrar mais imagens em
Resolvi apresentar esta fotografia porque a mesma mostra-nos um muro com as mesmas características do muro de Porto Pim (o troço mais baixo). Senão vejamos, ambos são constituídos por dois panos sendo o exterior em pedra de basalto e o interior em betão armado.
Porque é que este resulta bem e o de Porto Pim parece uma intervenção à antiga Junta Autónoma de Estradas? Bom, para começar este foi projectado por um arquitecto, ainda por cima um excelente arquitecto. O de Porto Pim foi projectado por um engenheiro civil. Este tem um acabamento que procura dar continuidade à envolvente. O de Porto Pim está em betão envernizado pelo que não se pode dizer que seja discreto e ainda menos integrado.
Poderia continuar a expor mais diferenças mas o importante é que quem falhou foi o promotor desta intervenção porque aobordou o problema da pior forma que foi intervir sem ter em conta o facto de se tratar de um Monumento Nacional, ignorando os pareceres da entidade do Governo Regional que avalia estas intervenções, não consultando a população sobre a intervenção e finalmente ignorando os avisos e alertas por parte de profissionais da área relativamente aos erros que estavam a ser cometidos.
O mais triste é que tudo isto podia ter sido evitado e se o processo tivesse sido feito da forma correcta não creio que tivesse ficado mais dispendioso e ter-se-ia dado um bom exemplo em vez de se ter dado esta imagem de incompetência e arrogância que fica após esta intervenção.

sábado, 6 de junho de 2009

na Horta a mobilidade é condicionada

este filme foi feito por um grupo de alunos Faialenses
mostra o que todos vemos na nossa cidade mas que ninguém repara
o reordenamento do transito da cidade da Horta poder-se-á transformar em algo maior, um Plano de Mobilidade, em que todos os acessos serão revistos

terça-feira, 2 de junho de 2009

Sharing Cultures 2009 (+)

Decorreu no passado fim-de-semana, na Ilha do Pico, o ciclo de conferências Sharing Cultures 2009, subordinado ao tema Património Imaterial (Intangible Heritage) e com a paisagem da vinha do Pico e as festividades do Espírito Santo como inspiração de fundo. O evento, que terminou ontem, 1 de Junho, foi organizado pelo Green Lines Institute, organização portuguesa dedicada ao desenvolvimento sustentável.


Durante 4 dias, o evento, realizado na nova Escola Primária da Madalena do Pico, contou com quase 90 apresentações de investigadores de todos os continentes a ocorrer em simultâneo em diversas salas, o que permitiu a cada um escolher as áreas que mais lhe interessavam. Pela minha parte, fiquei bem impressionada pelo interesse e qualidade geral dos conteúdos das apresentações a que assisti.

As apresentações estavam agrupadas por assunto, facilitando a escolha entre tanta oferta e a discussão por temas, para além dos exemplos e casos mais particulares e localizados: desenvolvimento sustentável; políticas e gestão; relações entre o local e o global; o intangível e o tangível; o turismo cultural; o património intangível e o museu; selecção, recolha e preservação de património imaterial; o património imaterial e a educação; as comunidades vivas; práticas de património imaterial.


Considerando os temas que mais me interessavam, as sessões a que assisti focaram particularmente o papel das comunidades na sua própria gestão e definição cultural; o património cultural e as questões sociais; o papel das instituições como os arquivos, as bibliotecas, os museus, na preservação do património imaterial e as questões tecnológicas associadas; a relação entre património material e património imaterial e a pertinência (ou não) desta distinção; dimensões subjectivas da memória, diferentes conceitos de património imaterial em diferentes culturas e tempos; relações/tensões entre autenticidade e turismo cultural.


De todas as apresentações a que assisti, realizadas por profissionais de áreas como a antropologia, a etnografia, a história, a psicologia, a sociologia ou as artes, destaco a apresentação de Paulo Ferreira da Costa, do Instituto Português dos Museus e da Conservação, intitulada "Portugal's nacional inventory of ICH: legislative, institutional and scientific contexts" que, para além de descrever o ponto da situação da salvaguarda do património em Portugal, apresentou o passo seguinte do MatrizNet * - a abertura deste site a todos os agentes culturais que possuam informação sobre o património português. O software está ainda em desenvolvimento, mas a ideia é abrir a possibilidade de carregar a base de dados (agora um inventário, mas que terá muitos mais campos como vídeos, textos de investigação, etc.) a todos os que o desejem fazer. Naturalmente, haverá um gabinete responsável pela verificação e selecção dos contributos apresentados, para garantir a qualidade final da informação disponibilizada.


Esta ideia é absolutamente inovadora a nível internacional e fez sensação na conferência. Em minha opinião é algo entusiasmante, um passo decisivo na inclusão e democratização da cultura no nosso território e será certamente uma ferramenta importante na salvaguarda de património material e imaterial, assim que estiver disponível - o IMC prevê que em Janeiro de 2010, esperemos que sim.


A estrutura do evento permitiu que os debates iniciados após as apresentações continuassem a título mais descontraído fora das sessões. O tempo para convívio e troca de ideias e experiências entre as várias pessoas foi, assim, um ponto muito forte deste evento, permitindo uma verdadeira e frutífera partilha de culturas.


A organização foi excelente. Tirando partido da (micro) escala açoriana e "picarota", todas as actividades ocorreram perto umas das outras, permitindo aos participantes circular a pé pelos lugares, tomando um verdadeiro contacto com a envolvente, apesar do mau tempo.

No geral, devo dizer que o ciclo de conferências excedeu as minhas expectativas e estou a planear inscrever-me novamente para o ano - sobre o qual ainda não há muita informação na internet mas que será em Évora, ou seja, novamente em Património Mundial.

Aqui fica o link da conferência de 2009: http://sharing.cultures2009.greenlines-institute.org/

O link da entidade organizadora: http://www.greenlines-institute.org/

E o link da conferência de 2010: http://www.heritage2010.greenlines-institute.org/

* Para quem não conhece, o Matriznet, disponível em: http://www.matriznet.imc-ip.pt/, é um site onde estão disponibilizados os inventários dos museus portugueses e onde é possível pesquisar 40 mil dos 400 mil objectos-espólio preservados nos museus portugueses.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

"muralha" de porto pim

Este é o actual estado da "muralha" de Porto Pim.
A razão porque ponho a denominação muralha entre aspas deve-se ao facto de com esta intervenção a mesma ter perdido as suas características de fortificação para se ter transformado num MURO.
Estando a morar mesmo defronte do mesmo tenho ouvido alguns comentários por parte das pessoas que passam por esta rua. Entre os vários comentários, que como devem calcular não são muito abonatórios relativamente à intervenção, houve um que se destacou, em que alguém comentou, em tom jocoso, que isto era o MURO DA VERGONHA. Algo exagerado é verdade, mas bastante revelador do estado de espírito de algumas pessoas que se vêem confrontadas com o mesmo.
De facto a intervenção feita na muralha não foi particularmente feliz. Se na zona do muro em frente à rua da areinha velha ficou, na minha opinião, melhor do que o que estava, o mesmo não sucedeu à zona da muralha.
Devido ao facto de a intervenção não ter seguido as indicações impostas pela Direcção Regional da Cultura, no início da mesma alertei a Junta de Freguesia e a Secretaria Regional do Ambiente para o facto de estar a ser utilizada argamassa à base de cimento portland em vez de argamassa à base de cal.
Na sequência deste alerta tive diversos diálogos com o fiscal da S.R. Ambiente de forma a tentar resolver esta situação. Durante estes diálogos houve algumas questões que coloquei cuja resposta me deixou algo desconcertado mas que creio que não faz muito sentido colocá-las aqui no blog. No entanto o que importa salientar é que o que está previsto em projecto, e que em princípio vai avante, é que toda esta frente que está actualmente em cimento seja pintada de branco, o que me parece totalmente descabido porque retira totalmente o carácter de fortificação da muralha para parecer um simples muro.
Como não gosto de criticar sem apresentar soluções fica aqui a minha proposta para que comentem.
Estando o mal feito, e uma vez que não se prevê que o muro seja revestido a tufo creio que o mínimo que se poderá fazer, e sem aumento de custos, é pintar o cimento num castanho próximo da côr do tufo, em detrimento do branco, dando uma uniformidade tonal à muralha e separando-a do forte, com estava até há cerca de quinze dias.
Eu sei que é uma solução de recurso e não é a solução ideal. Mas entre esta solução e a solução preconizada creio que o castanho claro é de longe menos ofensivo que um MURO branco.

domingo, 17 de maio de 2009

reordenamento do trânsito da cidade (2)

No seguimento da petição para o reordenamento do trânsito da cidade da Horta (ver lado esquerdo da página), e esperando que este blog tenha agora mais visitantes e participações, colocamos novamente à apreciação de todos os visitantes uma proposta de reordemanento do trânsito que foi apresentada neste blog em Março.
Neste estudo a circulação está dividida em 4 níveis diferentes;

-Trânsito automóvel interdito (vermelho): ruas que serão, ou já são, de uso exclusivo pedonal.
-Trânsito auomóvel condicionado nível 1 (laranja): ruas com trânsito automóvel exclusivo a moradores ou veículos autorizados, com colocação de monges com elevador nas entradas das ruas.
-Trânsito automóvel condicionado nível 2 (amarelo): ruas com trânsito automóvel livre com velocidade limitada a 30km/h e prioridade total dos peões.
-Trânsito automóvel livre (verde): ruas com trânsito automóvel livre com velocidade limitada a 50Km/h e existência de passadeiras para passagem de peões.
Nas ruas de trânsito automóvel condicionado (ambos os níveis) propõe-se a eliminação de desníveis entre passeios e arruamento, de forma a que tudo seja passeio, com as devidas marcações de circulação e estacionamento. Creio que com esta solução os automobilistas sintam que estão a circular em zonas pedonais reduzindo assim a velocidade e aumentando os cuidados com os peões.
Como se poderá observar, na proposta apresentada alteramos alguns sentidos de circulação.
Ao nível da Av. 25 de Abril, e tendo em conta a sua importância, propomos que em alguns troços da mesma a circulação automóvel seja feito junto às construções existentes, criando duas bolsas de trânsito automóvel interdito, nas quais poderão ser criados espaços para jardins, esplanadas, parques de estacionamento, etc.
Chamamos a atenção que, após diversas participações aquando esta proposta foi apresentada pela primeira vez, o presente estudo será alterado na rua Nova e rua da Rosa (Porto Pim) em que o condicionamento do trânsito passará a ser de nível 1 (laranja) em vez de nível 2 (amarelo).
Uma vez que esperamos que sejam apresentadas mais alterações optámos por não alterar ainda o referido estudo, de forma a efectuar as alterações de uma só vez.
Solicitamos a todos os visitantes que participem e ajudem a melhorar esta proposta.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

associação salvaguarda do património faialense

A degradação de património faialense, como é o caso dos moinhos ou a igreja de S. Francisco, indigna, e com razão, muitos cidadãos. De facto deixar-se ao abandono património é um acto lamentável e, em determinadas situações, criminoso.
Muito se tem falado da igreja de S. Francisco e dos moinhos holandeses, mas infelizmente até ao momento não tem surgido grandes resultados. Tal ineficácia deve-se grandemente ao facto de os anseios e preocupações dos cidadãos não terem eco nos centros de decisão.
O associativismo é uma das formas mais eficazes de exercício de cidadania, uma vez que um grupo de cidadãos que se faça representar através de uma associação tem mais possibilidades de ser ouvido.
A existência de associações permite igualmente a candidatura a fundos comunitários, governamentais e camarários que permitam a defesa dos seus interesses e projectos.
Assim sendo, este post tem por objectivo dar o primeiro passo a uma iniciativa que tem vindo a ser adiada há demasiado tempo e que diz respeito à criação de uma associação, sem fins lucrativos ou politico-partidários, que vise a salvaguarda do património material e imaterial da ilha do Faial.
Pede-se a todos os visitantes que estejam disponíveis para integrar os corpos sociais da referida associação que manifestem a sua disponibilidade através do envio de um mail para lmjvalente@gmail.com.
Pede-se igualmente aos visitantes e bloguistas do HORTA XXI que divulguem este post por conhecidos e amigos que possam estar interessados em participar nesta iniciativa.

domingo, 10 de maio de 2009

plano de urbanização da horta

Como deve ser do conhecimento de todos, a maior parte dos projectos de licenciamento de arquitectura que dão entrada na C. M. H. não são elaborados por arquitectos. Tal situação não acontece nos casos dos edificios dentro da área de influência de edifícios classificados e na zona histórica da cidade da Horta após a aprovação do Plano de Urbanização.
Sendo arquitecto entendo que estamos melhor preparados para a elaboração de projectos de arquitectura e, como tal, que esta é uma boa medida. No entanto, tal como em todas as profissões, existem bons e maus profissionais. Espero que esta oportunidade seja aproveitada pelos arquitectos para mostrar à população em geral que é preferível escolherem um arquitecto para elaborar um projecto de arquitectura.
Há quem entenda que esta posição é corporativista e, de forma a verificar qual é a opinião geral dos visitantes deste blog, convidava todos a darem a sua opinião sobre se esta medida deveria ser estendida a todo o Concelho.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Pedimos o alargamento dos passeios

Venho por este meio pedir o alargamento dos passeios da cidade da Horta (não de um ou dois mas de todos).
Por ser impossível de caminhar lado a lado mantendo uma conversa com alguém que acabámos de encontrar
Por ser impossível conduzir um carrinho de bébé para o centro da cidade sem arriscar a vida do conduzido
Por ser impossível a alguém de cadeira de rodas ir a uma loja, ou a uma farmácia, ou onde quer que seja



Não sei se é com um abaixo assinado que vamos lá... talvez
Não sei se é com alguns cortes de trânsito ao fim de semana... talvez
Não sei para quando... por mim era já Amanhã

quarta-feira, 29 de abril de 2009

as nossas praias eram bem maiores

tal como a pesca, a areia é um negócio e não é preciso esperar que o peixe morda o isco
a construção desenfreada é a culpada mas tudo pode ser feito de forma sustentável
tenho visto um barco draga areia a trabalhar junto à costa mais concretamente na ribeirinha
algo completamente ilegal e que vem impedir que o mar traga areia para as nossas praias, o areal da praia da conceição e da praia de almoxarife já foi bem maior,
e vai continuar a diminuir se os draga areias continuarem a fazer o seu trabalho na base do toca a andar
como denunciar?
a quem?

é que daqui a uns anos estamos a importar areia de marrocos para construir praias artificiais rectangulares... isto se contruirmos hoteis suficientes e se plantarmos palmeiras e se nos tornarmos numa ilha como tantas outras

sábado, 11 de abril de 2009

uma bacia a norte

O congestionamento do actual porto é um facto
mas a solução encontrada consistiu em criar uma nova bacia portuária no lado Norte da cidade, destinada ao tráfego de passageiros e servida por uma nova gare marítima.
A intervenção liberta a bacia sul, mas será que vai criar espaços públicos de qualidade?
Será que a Horta vai ficar uma cidade mais aberta, com mais vibração e acontecimentos espalhados pelo "centro" alargado entre as bacias
Aumentando o "centro"... vão aumentar a dimensão dos passeios?
Será que a cidade se vai fechar ao mundo e ao pico?
Será que vamos deixar de ver os ilhéus da madalena?
Será que a praia da conceição vai ficar sem areia ou vai aumentar o seu areal pela espalamaca fora?

Lançando perguntas, obtendo respostas, só assim poderemos perceber como vai ser viver nessa Horta

segunda-feira, 6 de abril de 2009

estacionamento de velocipedes (-)

Devido à falta de parques de estacionamento para velocipedes, esta é uma situação muito comum para quem usa a bicicleta como meio de transporte. Com os velocípedes com motor a situação é francamente pior, uma vez que à falta de lugares adequados para estacionar os mesmos, muitas vezes o motociclista tem que estacionar num lugar adequado para veículos automóveis, o que provoca, invariavelmente, ressentimentos por parte dos condutores, chegando alguns a exteriorizar esse ressentimento de formas menos adequadas. Se as scooters e motos não são tão "amigas do ambiente" como uma bicicleta (0g/Km de emissões), são, de longe, menos prejudiciais que os veículos automóveis. Como tal deveria haver incentivos para a sua utilização, começando por criar espaços de estacionamento adequado. Em Sidney, onde os estacionamentos são pagos, uma scooter pode estacionar em qualquer lugar destinado a veículos automóveis, mas sem pagar.
Naturalmente que a utilização de scooters traz algumas desvantagens, principalmente por questões de ruído, uma vez que existem diversos condutores que resolvem modificar as suas scooters para ficarem mais potentes sendo o silenciador a principal vítima dessas modificações. No entanto, e uma vez que esses comportamentos estão relativamente associados a uma determinada faixa etária, creio que pessoas mais maduras não entrarão por esse caminho.
Eu adquiri uma scooter há cerca de dois anos e estou muito satisfeito. Apesar de grande parte das minhas deslocações dentro da cidade serem feitas a pé, tudo o que sejam deslocações para zonas mais distantes ou quando estou com alguma pressa, utilizo a scooter que é, de facto um veículo incrivelmente simples de conduzir, divertido e muito prático.

segunda-feira, 16 de março de 2009

reordenamento do trânsito da cidade

Como é do conhecimento de todos, dentro em breve vão ser iniciados os trabalhos de implementação do saneamento básico. Devido ao nível de intervenção, creio que faz todo o sentido aproveitar esta oportunidade para repensar e requalificar os arruamentos da cidade. Com vista a esse objectivo elaborei, juntamente com a Ma-nao uma proposta de reordenamento do trânsito na cidade, o qual espero que sirva de base para uma discussão neste blog de forma a chegar a uma proposta coerente que será apresentada à Câmara Municipal.
Neste estudo a circulação está dividida em 4 níveis diferentes;
-Trânsito automóvel interdito (vermelho): ruas que serão, ou já são, de uso exclusivo pedonal.
-Trânsito auomóvel condicionado nível 1 (laranja): ruas com trânsito automóvel exclusivo a moradores ou veículos autorizados, com colocação de monges com elevador nas entradas das ruas.
-Trânsito automóvel condicionado nível 2 (amarelo): ruas com trânsito automóvel livre com velocidade limitada a 30km/h e prioridade total dos peões.
-Trânsito automóvel livre (verde): ruas com trânsito automóvel livre com velocidade limitada a 50Km/h e existência de passadeiras para passagem de peões.
Nas ruas de trânsito automóvel condicionado (ambos os níveis) propõe-se a eliminação de desníveis entre passeios e arruamento, de forma a que tudo seja passeio, com as devidas marcações de circulação e estacionamento. Creio que com esta solução os automobilistas sintam que estão a circular em zonas pedonais reduzindo assim a velocidade e aumentando os cuidados com os peões.
Como se poderá observar, na proposta apresentada alteramos alguns sentidos de circulação.
Ao nível da Av. 25 de Abril, e tendo em conta da sua importância, propomos que em alguns troços da mesma a circulação automóvel seja feito junto às construções existentes, criando duas bolsas de trânsito automóvel interdito, nas quais poderão ser criados espaços para jardins, esplanadas, parques de estacionamento, etc.
Uma vez que várias cabeças pensam melhor do que duas, agradecíamos que contribuissem para o melhoramento desta proposta.

quarta-feira, 11 de março de 2009

rua da Areinha Velha (Porto Pim)

Para quem acompanha este blog desde o início, concerteza deve lembrar-se que o post inaugural foi sobre a Travessa do Porto Pim. Tal como referido nesse post, a existência de diversos contentores de lixo, estacionamento anárquico, passeios estreitos, etc., têm fomentado queixas por parte dos moradores, nos quais estou incluído. De forma a tentar resolver esses problemas desenvolvi um estudo de reordenamento da referida rua, no qual proponho uma organização dos estacionamentos e da circulação de trânsito, e substituindo os actuais contentores de lixo por uma "ilha ecológica" (acho que é assim que chamam aos pontos de depósito de lixo enterrados).
O referido estudo foi enstusiasticamente recebido pela Junta de Freguesia e será entretanto apresentado à Câmara Municipal.
A razão porque coloco aqui este tema prende-se com a rua da Areinha Velha (rua do café-video de Porto Pim), uma vez que apresento duas propostas, uma com trânsito automóvel no sentido Este-Oeste (rua Nova-Travessa do Porto Pim) e outra proposta com trânsito cortado, em que a mesma seria alvo de uma requalificação, nomeadamente alargamento do muro existente, com colocação de "conversadeiras", calcetamento da rua e requalificação da esplanada.
São estas duas propostas que gostaria de colocar à discussão neste blog, de forma a verificar qual delas reune mais consenso, a fim de poder apresentá-la na reunião com a Câmara.
Solicitava aos participantes que justificassem as suas opções, de forma a criar uma discussão construtiva.

segunda-feira, 2 de março de 2009

sobre ciclovias

A Holanda é o país do mundo com o maior número de bicicletas per capita. Tendo o Faial um passado com uma ligação forte aos países baixos, creio que seria interessante começar a "importar" alguns dos bons exemplos de desenvolvimento urbanístico daquele país.

Gostaria de chamar a atenção para os visitantes deste blog para o video que se encontra no lado esquerdo da página, relacionado com a implementação de ciclovias em diversas cidades do mundo, em particular na Europa. Se clicarem em cima do vídeo poderão vê-lo em tamanho maior bem como ver a segunda parte do vídeo, o qual está cheio de informação interessante.

Infelizmente as legendas estão em português do Brasil mas não prejudica muito o visionamento.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

frente marítima da lajinha

Sempre que passo no troço da lajinha da estrada regional, sinto que a mesma dava um excelente percurso de lazer.
Com a abertura da variante, e a consequente alternativa de trânsito automóvel entre a Feteira e a Horta, creio que estão criadas as condições para que o troço entre a rotunda da Feteira e a rotunda do Pasteleiro passe a ser de um único sentido (aeroporto-Horta) e o espaço deixado pela outra faixa existente seja ocupado por uma ciclovia e passeio público.
Com esta solução continua-se a poder fazer o percurso turístico de aproximação à cidade e criar condições para o usufruto de toda esta frente de uma forma mais virada para os peões e para as actividades de lazer com mais segurança.
Propunha igualmente que o trânsito na rua do Pasteleiro, depois da rotunda, travessa do Porto Pim, rua da Areinha Velha e na rua Nova seja condicionado, com velocidade de circulação máxima de 20km/h e prioridade para as bicicletas e peões.
Naturalmente que tal solução acarreta alguns inconvenientes, em particular no troço entre a Feteira e rotunda do Pasteleiro, tais como o acesso às construções existentes pelos seus moradores. Relativamente a esses inconvenientes os mesmos são minimizados pelas diversas ligações entre a variante e a estrada regional, pelo que no sentido Este-Oeste (o único a ser cortado ao trânsito automóvel) será necessário dar uma volta ligeiramente maior. Quanto aos utilizadores dos autocarros, na sua maioria estudantes do liceu, relembro que só serão afectados no percurso de volta da cidade, pelo que poderão cumprir o horário habitual sem alterações de rotina na ida para a cidade. Eventualmente, e uma vez que passaria a existir uma ciclovia, permitia a utilização de bicicletas como meio de transporte para os estudantes que moram nesta zona, com total segurança.
Creio que os inconvenientes são largamente ultrapassados pelas vantagens de transformar esta zona numa zona de lazer, mesmo para os próprios moradores que passam a dispor de um espaço para passear em segurança, ao contrário da situação existente.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

sobre peões e automóveis 2

A partir do próximo mês de Julho a circulação de veículos privados no troço entre o Cais do Sodré e o Terreiro do Paço, bem como em todo o Terreiro do Paço (Lisboa) passará a ser proibida.
A razão porque coloco aqui esta informação deve-se ao facto de este troço ser uma das principais vias de ligação entre a zona ocidental a zona oriental da cidade, a qual é atravessada por milhares de veículos privados diariamente.
Ora, se num troço tão movimentado como este é possível cortar o trânsito automóvel, excepto a transportes públicos, encontrando-se alternativas de circulação para automóveis privados, muito mais facilmente se consegue cortar o trânsito em ruas de sentido único na Horta,como é o caso das ruas referidas no post anterior.
O que é necessário para tal passo é somente vontade política.
Fica aqui um bom exemplo de devolução de um belo espaço de cidade aos peões e aos cidadãos, em detrimento dos utilizadores automobilizados.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

sobre peões e automóveis (-)

Não é novidade para ninguém que a cidade da Horta não é muito amiga do automobilista, com ruas estreitas e sentidos de circulação algo estranhos que em determinados percursos nos obrigam a subir e a descer a encosta. No entanto consegue ser ainda menos amiga do peão, que devido à exigua largura dos passeios torna-se bastante desconfortável para os peões a circularem em sentidos contrários, para um casal ir lado a lado, para alguém que circule com carrinho de bébé, ou mesmo de cadeira de rodas. Não, de facto a cidade da Horta não gosta do peão. Estou em crer que não existe em toda a cidade uma única rua pedonal, onde o peão tenha liberdade para circular, parar para ver montras ou conversar sem incomodar ninguém e sem o barulho dos automóveis. Esta situação torna-se ainda mais estranha quando em vilas pequenas como as Velas de São Jorge já existem ruas exclusivamente pedonais.

Em diversas cidades do continente têm vindo a ser testadas algumas formas de circulação alternativas ao automóvel privado, algumas delas com resultados bastante interessantes. Deixo aqui o exemplo de apenas duas devido a algumas semelhanças em termos de orografia (sim, também é possível utilizar bicicletas em cidades com orografia acentuada). São elas Cascais e Évora. No caso de Cascais foi implementada uma rede de parques de estacionamento, através de parcerias público-privadas, cujo preço do estacionamento aumenta quanto mais próximo do centro da vila estiver o parque, sendo que o bilhete dos parques mais distantes dão acesso aos autocarros da vila (os buscas). Em torno deste centro existem diversas ruas cortadas ao trânsito ou de trânsito condicionado, onde o peão tem sempre prioridade. Foi igualmente estabelecido um sistema de empréstimo gratuito de bicicletas (as bicas) que, apesar de ter um horário de funcionamento que necessita de ser repensado, tem tido bastantes utilizadores.
Medidas semelhantes, embora com algumas nuances, foram implantadas na cidade de Évora, uma cidade de grande beleza e nada plana. O resultado destas medidas é ter devolvido a cidade aos peões. Se no início os comerciantes das ruas cortadas ao trânsito eram contra esta medida, rapidamente se aperceberam que uma rua exclusivamente pedonal é uma mais valia, uma vez que as pessoas podem parar, confraternizar, ver as montras e fazer as compras sem estarem preocupadas com o carro mal estacionado. Um bom exemplo são os grandes centros comerciais (não que sejam espaços que me agradem) onde não é possível parar o carro à porta das lojas e, apesar disso, os corredores estão sempre cheios de gente a circular.
Alguns poderão dizer, ah mas o clima aqui não permite andarmos a pé. Pessoalmente acho mais confortável andar a pé numa cidade onde chove com alguma frequência, mas durante pouco tempo seguido, do que numa cidade onde no Inverno as temperaturas exteriores andam perto dos 0ºC e no Verão chegam a ultrapassar os 40ºC à sombra.
No entanto não custa nada experimentar, aos poucos, como por exemplo cortar o trânsito durante os fins-de-semana nos troços entre o mercado e os correios e a biblioteca e o Largo do Infante. E porque não permitir que nessas alturas a pastelaria ideal e a padaria popular possam ocupar parte da via com esplanadas?
Esta é uma sugestão que não creio que traga grandes incómodos e poderá trazer grandes benefícios.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

POLÍTICA HABITACIONAL: Construção vs Reabilitação

Ninguém contesta que a Administração Nacional, Regional ou Local deve investir na habitação. Sobretudo para apoiar as classes mais desfavorecidas e através de várias modalidades de intervenção, nomeadamente: construção directa de nova habitação, protocolos com empresas para a construção de novos fogos a custos controlados, incentivos financeiros à auto-construção ou aquisição de casa própria.
Todavia, sabendo que o centro histórico de cidades como a Horta possuem numerosas casas devolutas, em degradação progressiva ou mesmo já em ruínas...
Mesmo sem excluir de todo o recurso na política habitacional à construção de novos fogos...
Não seria possível nesta política habitacional incluir também mecanismos de intervenção fortes que permitissem desencadear-se acções intensas de reabilitação de moradias no centro histórico da Horta, que simultaneamente conciliassem a resolução dos problema da falta de habitação, da degradação progressiva da baixa citadina, despovoamento destas zonas e inércia ou dificulades de recuperação desse património pelos seu proprietários?

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

sobre moinhos

No seguimento da sugestão do "grifo" venho lançar um debate sobre os moinhos do Faial. Como é do conhecimento geral, poucos são os moinhos faialenses que se encontram tão conservados como o ilustrado nesta fotografia (retirada do site da CMH da autoria de Néri Goulart). Este é um tema que gera alguma preocupação à Senhora Vereadora da Cultura da CMH, que por diversas vezes me abordou para tentarmos encontrar uma solução para os moínhos que ainda estão em estado de possível recuperação (apenas 3, de acordo com a referida senhora). Entre nós já se falou de diversas possibilidades, nomeadamente na criação de uma associação de protecção do património faialense, de forma a permitir concorrer aos fundos comunitários para recuperação dos referidos moinhos. Falou-se igualmente, e por sugestão da senhora vereadora, procurar um mecenas para patrocinar a referida recuperação, tendo sido sugerido o nome da EDA por analogia aos novos moínhos de vento, sendo que a função destes últimos não é propriamente a de moer.
Sendo da opinião que se deve recuperar o património degradado enquanto é possível fazê-lo sem que os custos sejam excessivos, sou igualmente da opinião que não basta recuperar o património. Entendo que nas discussões sobre recuperação de património é essêncial discutir o uso a atribuir ao mesmo. Só com uma utilização frequente dos edifícios é que é possível evitar a degradação dos mesmos, uma vez que os utilizadores vão dando conta dos defeitos e problemas que surjam com o passar do tempo e, preferencialmente, zelando pela sua correção, evitando que o edifício se degrade.
Gostaríamos de receber sugestões sobre quais as medidas que devem ser tomadas para recuperar os moinhos holandeses, possíveis utilizações, eventuais parceiros, etc.
Não posso deixar de terminar esta mensagem sem deixar o meu agradecimento ao Grifo pela sugestão deste tema, uma vez que é para isso mesmo que este blog existe. Um muito obrigado Grifo e a todos os participantes destes debates.